Atualizado em 30 de março | 2021 por
Um processo tão delicado como o da aprendizagem requer estudo e aplicação de técnicas diversas. Existem métodos variados, alguns mais conservadores, outros mais contemporâneos, e outros ainda buscam aliar as duas frentes. Para tanto, o educador, na maior parte das vezes, sempre tenta aplicar técnicas que busquem a solução de conflito, e não a criação deles.
Afinal, todos nós, que trabalhamos e vivemos a educação, procuramos a harmonia, não é? A partir destes aspectos, pode-se dizer que a Aprendizagem Baseada em Problemas é uma ferramenta útil e produtiva dentro do ambiente escolar? Neste artigo nós demonstraremos como ela funciona, quando surgiu e como trabalhar com este método na prática.
A Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP, sigla em português) ou Problem Based Learning (PBL, em inglês), se concentra na aplicação de um método que solucione as situações e os fatores de conflito. De forma direta, é mediadora e resolutiva. Portanto, é uma técnica que trabalha para além de métodos rígidos de aprendizagem e considera fundamental o diálogo entre as partes.
Nos tópicos abaixo, abordaremos as origens, definições e aplicações desta técnica. Vamos lá!
Quando surgiu a Aprendizagem Baseada em Problemas?
A Aprendizagem Baseada em Problemas origina-se de estudos realizados há pouco mais de 60 anos na Universidade McMaster, no Canadá, e na Universidade Maastricht, na Holanda. Porém, os estudos aplicados à realidade brasileira foram iniciados há pouco tempo.
Estas pesquisas centram-se nas propostas e conceitos dos psicólogos Seymour Bruner e o filósofo John Dewey, sendo ambos norte-americanos. Seymour Bruner defendia a Learning by Discovery, ou Aprendizagem pela Descoberta. Esta técnica consiste em colocar os alunos diante de problemas, fazendo com que, desta maneira, surjam discussões dos conflitos e a busca de melhorias e soluções em grupo.
Auxiliando o conceito de Bruner, John Dewey argumenta que a aprendizagem devia se dar através da experiência reconstruída, ou seja, o aluno deve receber a acolhida necessária para que consiga expressar seus problemas e conseguir solucioná-los em comunidade.
Atualmente, a educação agrupa a ABP dentro das metodologias ativas. Estas, promovem o protagonismo do aluno em seu aprendizado. Junto da ABP estão a Aprendizagem Baseada em Projetos e a Aprendizagem por Pares.
O que é Aprendizagem Baseada em Problemas?
A princípio a Aprendizagem Baseada em Problemas busca uma mistura entre teorias e práticas já tradicionais no âmbito da didática. Todavia, seu princípio norteador é fazer com que o que já está consolidado como práticas educacionais seja mais efetivo e, portanto, dinâmico. É aplicação da teoria na prática.
A ABP quebra barreiras ao propor que a organização pedagógica das escolas rompa com um passado mais sisudo e fechado e se abra para novas modelagens didáticas a favor da resolução de problemas.
E o que isto quer dizer exatamente? Quer dizer que o conteúdo direcionado ao aluno deve ser aplicado de forma imediata, oferecendo situações concretas, onde ele possa aplicar o que acabou de aprender de forma abstrata.
O foco do método recai, então, no engajamento do aluno, sendo que este sai do esquema de retenção de conteúdo apenas baseado em teoria, para poder aplicar justamente o que acabou de estudar. Isto gera engajamento e proporciona aos alunos estímulos, uma vez que a aula se torna mais interessante e desafiadora.
Outros aspectos importantes:
- A Aprendizagem Baseada em Problemas trabalha a interação dos alunos de forma mais acentuada, como parte da estrutura curricular da escola;
- A ABP incentiva um conflito saudável gerando debates, e com isso, maior retenção do aprendizado;
- E, por fim, estimula a construção de um ambiente democrático, uma vez que permite a expressão de ideias, teorias e argumentação científica em um espaço em que todos os estudantes podem se expressar com segurança.
Aplicações da Aprendizagem Baseada em Problemas
Em tempos de implantação do ensino híbrido em larga escala, a aplicação da ABP surge como uma excelente metodologia aos profissionais da educação, justamente por facilitar a exposição e resolução de conflitos.
Este método pode ser aplicado das seguintes formas: dedução lógica, tentativa e erro, aprendizado interativo e pesquisa. A partir disso, os professores formam grupos de alunos e podem identificar as competências e habilidades apresentadas pelos seus alunos.
Assim, o que antes era baseado em memorização individual, passa a ter base na apresentação de uma situação-problema real, bem como na identificação de como resolver esta situação. A partir daí, os grupos buscam alternativas dentro do conhecimento teórico, a fim de aplicá-los na realidade e construir possíveis soluções.
A ABP é mencionada pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) como uma das metodologias ativas que podem ser aplicadas em sala de aula. A seguir, mostramos como ela pode ser aplicada em cada etapa.
Aprendizagem Baseada em Problemas na Educação Infantil
Tendo em vista que a Educação Infantil é fundamentada na integração e descoberta do mundo pelos alunos, a ABP atua como reforço às atividades já realizadas coletivamente, e dessa maneira:
- Incentiva a interação entre alunos e professor através da cooperação e colaboração;
- Desenvolve o relacionamento com os pais, tirando o monopólio da escola sobre a educação do aluno, uma vez que incentiva debates e diálogos além da escola;
- Proporciona maior desenvolvimento emocional aos alunos, justamente por incentivar a coletividade e o trabalho em equipe;
- Engaja e estimula o pensamento voltado ao coletivo e ao social.
Aprendizagem Baseada em Problemas no Ensino Fundamental
Nesta fase, o aluno já possui consciência de si e do mundo, portanto, a ABP surge como ferramenta que contribui com a formação da ética e espírito solidário.
Incentiva, ainda, o debate a esse grupo de alunos que já tem uma consciência nascente do espaço que ocupam no mundo, direcionando o mesmo para uma visão mais pragmática da escola e da vida, e oferecendo ferramentas para a resolução dos problemas na escola, em casa, e com seus colegas.
Aprendizagem Baseada em Problemas no Ensino Médio
O Ensino Médio possui mais particularidades, visto que envolve além das complexidades curriculares, as complexidades da adolescência. Portanto, a metodologia que discutimos surge como um espaço aberto para falar sobre as frustrações, receios e planos futuros.
A ABP aplicada ao Ensino Médio prepara o aluno para a vida universitária, uma vez que dentro da Universidade, o aluno inevitavelmente irá se deparar com opiniões divergentes, problemas de difícil solução, sobrecarga de trabalhos e a necessidade de diálogo com seu professor.
Desse modo, o egresso do Ensino Médio que conhece a metodologia estará mais maduro para enfrentar estas questões com menor desgaste emocional.
Qual o papel da gestão escolar na ABP?
A Aprendizagem Baseada em Problemas diferencia-se da abordagem convencional de ensino, porque foca na resolução do conflito, uma vez que todos estão envolvidos em solucioná-lo. E, para que esta forma de aprender seja facilitada, a gestão escolar precisa ter domínio e capacidade de fomentar o diálogo, criar ferramentas nas quais a comunicação seja facilitada e,com isso, ser exemplo para todos os alunos.
Quanto mais amplo e claro for o diálogo que a escola proporciona, melhor será a relação entre professores, gestão, alunos e famílias. Afinal, como todas estas partes têm objetivos em comum, é importante que valores de cooperação sejam fomentados.
Dicas de como implementar a Aprendizagem Baseada em Problemas na rotina escolar
Algumas dicas são importantes para implementar a aprendizagem baseada em projetos. São elas:
- Promover o diálogo entre gestores e professores a fim de entender melhor a estrutura pedagógica e detectar falhas nas aplicações dos componentes;
- Identificar conteúdos de difícil assimilação pelos alunos, e, a partir disso, buscar metodologias que permitam acessar a teoria e aplicar a prática, sempre monitorados e guiados pelo professor;
- Abertura de espaços para debates saudáveis proporcionados pela escola, permitindo que os alunos expressem seus problemas e dificuldades de forma segura;
- Mistura de alunos com capacidades e habilidades diferentes nos grupos, proporcionando troca de conhecimento e diálogo;
- Utilização de formas ágeis de comunicação entre escola e a família, para que problemas práticos sejam facilmente resolvidos, sem esquecer do estabelecimento de regras gerais para guiar essa iniciativa e fomentar uma comunicação sadia.
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