Atualizado em 4 de março | 2021 por
O Ensino Híbrido tem estado em evidência nos últimos meses. Estamos, definitivamente, traçando novos caminhos para a educação, através de mudanças no processo de ensino e aprendizagem. Percebemos, ao longo do último ano, como a educação clama por essas mudanças. Necessitávamos de novas reflexões acerca de como ela pode vir a ser flexível e se adequar aos novos tempos, e o Ensino Híbrido vem nos mostrar que isso é possível. Mas afinal, qual o seu significado? E qual deve ser olhar da escola diante da importância das metodologias ativas e ensino híbrido?
Híbrido significa misturado, mesclado, blended. A educação sempre foi misturada, híbrida, sempre combinou vários espaços, tempos, atividades, metodologias, públicos. Esse processo agora, com a mobilidade e conectividade, é muito mais perceptível, amplo e profundo: é um ecossistema mais aberto e criativo. Podemos ensinar e aprender de inúmeras formas, em todos os momentos, em múltiplos espaços. Híbrido é um conceito rico, apropriado e complicado. Tudo pode ser misturado, combinado e podemos, com os mesmos ingredientes, preparar diversos “pratos” com sabores muito diferentes.” (MORAN, J., 2015)
Na realidade, 2020 foi um ano considerado divisor de águas para fazer com que escolas e professores refletissem sobre suas práticas. O que precisamos discutir aqui, para esse momento, é como nossos alunos podem ser influenciados por diferentes caminhos de aprendizagem, como os modelos híbridos e as metodologias ativas na educação.
Junto com todos os desafios que vêm sendo enfrentados, podemos concluir que a tecnologia trouxe uma nova roupagem para as nossas salas de aula. Professores foram desafiados, assim como alunos e famílias, e esse tem sido nosso novo modelo até agora.
Dentre todas as discussões que cabem nesse momento, precisamos trazer, como principal, o papel do professor no processo de curadoria, orientação e mediação da aprendizagem. O direcionamento dele é o mais importante para que o aluno entenda o significado de estudar, por exemplo, história, no dia a dia, pensando no real propósito disso. Nossos alunos deixaram de “aprender” com métodos tradicionais. Hoje, está em evidência que a experimentação é crucial para o sucesso da aprendizagem do educando.
Pensemos o seguinte: temos diversos perfis de alunos dentro de uma sala de aula. Ao pensarmos sobre esses perfis, precisamos levar em consideração que esses alunos aprendem, todos, de formas e ritmos diferentes. O que eu, enquanto professor, preciso fazer é levar para meus alunos diversas oportunidades de aprendizados, para que tenhamos equidade dentro do processo de ensino.
Ao falarmos sobre esses diversos perfis de alunos, também podemos falar sobre as diversas metodologias existentes, principalmente as que são consideradas ativas.
José Moran, ao falar que “a vida é um processo de aprendizagem ativa, de enfrentamento de desafios cada vez mais complexos (2018)”, nos traz como reflexão que esse processo começa cedo, através da indução de ações que vão nos ajudando nas resoluções de problemas. Por isso que, através das metodologias dedutivas, o aluno consegue ver significado ao que se é ensinado em sala de aula.
O que constatamos, cada vez mais, é que a aprendizagem por meio da transmissão é importante, mas a aprendizagem por questionamento e experimentação é mais relevante para uma compreensão mais ampla e profunda. Nos últimos anos, tem havido uma ênfase em combinar metodologias ativas em contextos híbridos, que unam as vantagens das metodologias indutivas e das metodologias dedutivas. Os modelos híbridos procuram equilibrar a experimentação com a dedução, invertendo a ordem tradicional: experimentamos, entendemos a teoria e voltamos para a realidade (indução-dedução, com apoio docente). (MORAN, 2018)
Se trouxermos a Base Nacional Comum Curricular – BNCC como referência, assim como outros documentos anteriores, já se falava em aprendizagem espiralada, na qual podemos levar o aluno a aprender a partir do desenvolvimento de níveis mais simples para os níveis mais complexos, acompanhando o ritmo de aprendizagem do aluno. Esses processos de aprendizagens são múltiplos e todos nos direcionam para um único aspecto: o protagonismo do aluno. E esse protagonismo está bem claro no conceito na aplicação de metodologias ativas e ensino híbrido.
Metodologias ativas são estratégias de ensino centradas na participação efetiva dos estudantes na construção do processo de aprendizagem, de forma flexível, interligada, híbrida. As metodologias ativas num mundo conectado e digital se expressam através de modelos de ensino híbridos, com muitas possíveis combinações. A junção de metodologias ativas com modelos flexíveis, híbridos traz contribuições importantes para a o desenho de soluções atuais para os aprendizes de hoje (MORAN, 2018)
Ao levantarmos esse ponto, precisamos trazer a reflexão sobre a importância de modelos ativos de aprendizagem, como as metodologias ativas. Elas nos “dão ênfase ao papel de protagonista do aluno, ao seu envolvimento direto, participativo e reflexivo em todas as etapas do processo (2018)”. Com as metodologias ativas e os modelos híbridos, podemos personalizar a aprendizagem e trazer muitos ganhos para nossos educandos, sempre levando em consideração necessidades e interesses dos mesmos, assim como trazer diversos modelos para dentro da sala de aula, sendo ela remota ou não.
E por que a personalização é tão importante no processo de aprendizagem? Ela é importante por diminuir a frustação do estudante, dando a ele a oportunidade de maximizar seu aprendizado e aprender dentro do seu próprio ritmo. Para isso, as tecnologias digitais, principalmente nesse primeiro momento, viabilizam novos métodos de avaliação, sendo de suma importância para mapearmos as necessidades dos alunos, assim como pontos fortes e gerais das turmas, através de plataformas adaptativas, como o Eureka! SAS, por exemplo. Além disso, também trabalhamos em nossos alunos a competência de Cultura Digital, tão presente na BNCC.
As tecnologias permitem o registro, a visibilização do processo de aprendizagem de cada um e de todos os envolvidos. Mapeiam os progressos, apontam as dificuldades, podem prever alguns caminhos para os que têm dificuldades específicas (plataformas adaptativas). Elas facilitam como nunca antes múltiplas formas de comunicação horizontal, em redes, em grupos, individualizada. É fácil o compartilhamento, a coautoria, a publicação, produzir e divulgar narrativas diferentes. A combinação dos ambientes mais formais com os informais (redes sociais, wikis, blogs), feita de forma inteligente e integrada, nos permite conciliar a necessária organização dos processos com a flexibilidade de poder adaptá-los à cada aluno e grupo. (MORAN, 2017)
Falar de Ensino Híbrido e Metodologias ativas é realmente um grande desafio, e sempre será. Por conta disso, sempre seremos aprendizes dentro desse processo.
Rubem Alves já dizia que “no silêncio das crianças há um programa de vida: sonhos. É dos sonhos que nasce a inteligência. A inteligência é a ferramenta que o corpo usa para transformar os seus sonhos em realidade. É preciso escutar as crianças para que a inteligência delas desabroche”. Sendo assim, é através da personalização e do protagonismo desse aluno que conseguiremos escutá-lo e ajudá-lo a “desabrochar” dentro do processo de ensino e aprendizagem.
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Carla Gabriella Barreto Freire
Licenciada em História, pela Universidade Estadual do Ceará (UECE) e graduada em Letras Espanhol/Português, pela Universidade Paulista (UNIP), MBA em Gestão escolar (USP), possui docência na Educação Básica desde 2011. Hoje, desenvolve atividades como Consultora Pedagógica no SAS Plataforma de Educação.
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