Atualizado em 9 de abril | 2021 por SAS

Identificar um transtorno de aprendizagem é uma tarefa delicada, que requer algumas semanas de observação e medidas cautelosas para reverter os prováveis prejuízos causados ao desenvolvimento infantil

Por isso, saber quais são os distúrbios e os déficits mais comuns na educação – além de estar de olho aos sinais e entender os procedimentos seguidos após o diagnóstico – faz toda a diferença para os profissionais e alunos que precisarão lidar com a questão.

Contudo, vale destacar que, apesar de existir tratamento e acompanhamento médico, o transtorno de aprendizagem não é considerado uma doença e, portanto, não deve interferir na qualidade de vida e na formação do estudante. 

Dito isso, continue a leitura para conhecer as peculiaridades que essas alterações podem trazer e veja como garantir o melhor desempenho para as crianças e adolescentes em todos os aspectos.

Todos os profissionais atuantes na instituição de ensino devem permanecer atentos aos sinais dos transtornos de aprendizagem e a escola deve promover estratégias para lidar com isso.

O que são os transtornos de aprendizagem?

São considerados transtornos um grupo determinado de variações, condições e situações que podem provocar sensações negativas ou déficits no desenvolvimento — seja ele social, emocional ou cognitivo — de uma pessoa. No caso dos transtornos de aprendizagem, essas variações impedem que o cérebro assimile padrões e conteúdos específicos.

De modo geral, um indivíduo com um ou mais transtornos de aprendizagem terá dificuldade em aperfeiçoar habilidades acadêmicas básicas, como leitura, escrita e operações matemáticas. Além disso, a capacidade de concentração — especialmente por longos períodos de estudo — também tende a ser prejudicada. E, vale explicar que todos os sinais costumam se manifestar logo nos primeiros anos escolares.

Assim, esse tipo de alteração no desenvolvimento se manifesta mais fortemente no ambiente escolar, embora possa ser notada ainda em ocasiões do dia a dia, enquanto a criança brinca e se comunica com o mundo à sua volta. Por isso, observar o comportamento dos alunos, tanto nas aulas, quanto nos momentos recreativos, é um grande passo para identificar precocemente o problema.

Quais são os principais transtornos de aprendizagem?

Como mencionamos, o transtorno de aprendizagem pode afetar as três habilidades básicas iniciais do processo de ensino, sendo possível, até mesmo, que a criança desenvolva mais de um transtorno simultaneamente ou em decorrência de um pré-existente. Contudo, de forma isolada, essas disfunções podem ser classificadas e se manifestar da seguinte maneira:

Dislexia ou Transtorno de Leitura

O aluno com dislexia enfrenta problemas para decodificar signosisto é, letras e suas construções frasais —, reconhecer significado das palavras e compreender os conceitos ortográficos utilizados pela língua. Logo, seu maior desafio se encontra na leitura e, por consequência, também na escrita.

Discalculia ou Transtorno de Matemática

Já a discalculia aplica-se para os bloqueios de aprendizagem envolvendo números e cálculos. Nesse caso, o estudante pode se sentir confuso em relação aos conceitos matemáticos, não conseguindo realizar contas simples mentalmente, trocando a ordem de números e símbolos na escrita e na leitura das equações, e, também, errando resultados básicos.

Disgrafia ou Transtorno de Escrita 

Por fim, é chamado de disgrafia o transtorno de aprendizagem que provoca problemas na escrita. Aqui o aluno poderá se equivocar frequentemente tanto com a questão ortográfica — sem conseguir recordar as normas da língua na hora da redação — quanto com a caligrafia, confundindo os símbolos entre si e a forma gráfica de cada um deles, separadamente.

Qual é a diferença entre dificuldade de aprendizagem e transtorno de aprendizagem?

Outro ponto importante para que educadores e gestores possam encontrar as melhores alternativas para lidar com o transtorno de aprendizagem é saber diferenciá-lo de uma dificuldade comum de entendimento — uma vez que a segunda pode ser causada por fatores externos, sociais ou emocionais e ser tratada com métodos psicopedagógicos.

Em contrapartida, os transtornos se originam em disfunções neurológicas, se manifestam de forma mais complexa, normalmente são crônicos e requerem acompanhamentos específicos, além do suporte pedagógico. Ou seja, profissionais de psicologia, fonoaudiologia e de psiquiatria — esse em particular para os casos mais severos — precisam ser consultados para indicar o tratamento mais adequado.

E, ainda que o problema seja crônico e possa durar a vida inteira, tal condição não impede que a criança se desenvolva normalmente e adquira as habilidades de leitura, de escrita e de cálculo plenamente. Por esse motivo, quedas no desempenho escolar e atrasos no ritmo de aprendizado podem ser reversíveis, desde que o aluno conte com profissionais especializados e com métodos de ensino facilitadores.

Observe esses sinais e fique atento!

Entendendo a diferença entre as dificuldades e os transtornos de aprendizagem, o passo seguinte é saber identificar quando o baixo rendimento do aluno evidencia um problema maior. 

Para entender melhor, veja abaixo alguns sinais que, quando persistentes, devem servir de alerta para o desenvolvimento dos pequenos:

Dificuldades em funções executivas

Algumas das funções executivas envolvem a capacidade da memória de trabalho e da agilidade cognitiva, duas competências diretamente abaladas pelo transtorno de aprendizagem. Desse modo, a criança não consegue memorizar os conceitos básicos de escrita, de operação e de leitura, e sente dificuldade em exercícios de raciocínio lógico e até mesmo em exercer a fala.

Problemas de comportamento

A dificuldade em compreender conceitos e regras se estende também para o aspecto social, já que o aluno não aprende de forma permanente as normas de conduta da escola, da casa ou de outros ambientes em grupo. Hiperatividade e falta de concentração são alguns sintomas complementares desse fator e, em razão disso, os problemas de comportamento se tornam frequentes, bem como os impasses na convivência.

Dificuldades acadêmicas

E claro, as dificuldades acadêmicas estão entre os principais indícios de um transtorno de aprendizagem em alunos de todas as idades — o que significa que o diagnóstico pode vir somente nos anos finais do Ensino Fundamental ou no Ensino Médio. A dificuldade de escrever de forma ordenada, a desorganização nas tarefas e o desestímulo com os estudos são alguns dos sinais de alerta.

Observar aspectos cognitivos, de comportamento e acadêmicas colabora profundamente com a identificação dos transtornos de aprendizagem.

Como é feito o diagnóstico dos transtornos de aprendizagem?

Para chegar ao diagnóstico de transtorno de aprendizagem, a criança precisa ser submetida a uma avaliação completa com psicólogos, médicos especialistas em desenvolvimento cognitivo e, também, com educadores da área. Contudo, somente critérios clínicos são empregados, o que significa que nenhum exame laboratorial ou de imagem tende a ser necessário.

O diagnóstico precisa ser dado pelos profissionais especialistas no assunto, porém é indispensável que educadores e gestores em geral saibam reconhecer rapidamente os principais traços de tais distúrbios. Em vista disso, confira, a seguir, uma breve descrição dos critérios considerados em uma avaliação deste tipo:

Avaliação cognitiva

O psicólogo deve ser o responsável por realizar a avaliação cognitiva, utilizando testes psicoeducacionais para observar o desempenho da fala e da linguagem, da memória verbal e do comportamento social. Os testes são eficientes para estabelecer um panorama de como a criança processa e assimila as informações do meio externo.

Avaliação educacional

A avaliação educacional feita pelo professor deve observar a execução correta das atividades e analisar a conduta da criança dentro da sala de aula e com os colegas à sua volta. Dentre as atividades avaliadas estão o aperfeiçoamento da caligrafia, a sintaxe gramatical, o raciocínio lógico e a compreensão e a interpretação de problemáticas básicas de matemática.

Avaliação médica

Os primeiros critérios médicos a serem considerados incluem a avaliação da coordenação motora, a investigação do histórico neurobiológico e social da família, além de possíveis anormalidades físicas e neurológicas. E, somente após essa análise, a equipe clínica decidirá se há necessidade de recorrer a exames mais avançados.

Avaliação psicológica

A avaliação psicológica visa encontrar ou descartar a possibilidade de haver outros transtornos agravantes, como o Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) ou a Depressão. Para isso, o profissional deverá realizar um acompanhamento amplo, tendo noções do comportamento da criança em todos os seus ambientes de interação, como na escola, no núcleo familiar e com outras crianças em geral.

Critérios clínicos

Os critérios clínicos utilizados devem seguir as orientações do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, Fifth Edition (DSM-5, Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, em tradução livre), manual da Associação Americana de Psiquiatria usado como referência no diagnóstico de transtornos de ordem mental. Além disso, os sintomas precisam ter uma persistência mínima de seis meses e as habilidades mencionadas necessitam estar significativamente abaixo do esperado para a idade da criança.

Qual o tratamento para os transtornos de aprendizagem?

O tratamento recomendado para o transtorno de aprendizagem deve aliar psicoterapia e métodos educacionais personalizados para o caso do aluno. O acompanhamento médico regular é substancial, principalmente nos primeiros meses e anos após o fechamento do diagnóstico. Além disso, vale explicar que, em quadros moderados e severos, pode ser útil o uso de medicações prescritas por um psiquiatra.

Considerando que a criança terá mais desafios para aprender conteúdos básicos, é necessário ainda fortalecer outros aspectos, como a autoconfiança e a autonomia, para que ela se sinta amparada, motivada e empenhada em lidar com suas questões, entender como funciona o seu próprio processo de aprendizagem e a encontrar as melhores estratégias.

E, mais do que isso, é preciso garantir que a criança seja incluída no seu meio social, participando de atividades em grupo com outros indivíduos da mesma faixa etária, encontrando assim seu próprio grupo de colegas e amigos e tendo um papel ativo dentro dos ambientes que frequenta — especialmente na escola. Essas pequenas ações ajudam o estudante a se engajar mais sem se sentir excluído do restante da turma.

A escola precisa oferecer formação continuada de qualidade aos educadores para que possam acolher com responsabilidade os estudantes com transtornos de aprendizagem.

Qual é o papel da escola?

É papel das instituições de ensino se prepararem para receber alunos com diferentes necessidades, não apenas com transtornos de aprendizagem, oferecendo práticas pedagógicas que contemplem a condição de cada criança. Assim, todos os profissionais da comunidade escolar precisam ser qualificados e os educadores devem estar inseridos na educação continuada.

A proposta pedagógica do colégio também precisa estar atualizada e integrada aos estudos e referências sobre as melhores abordagens para os transtornos de aprendizagem, enquanto as práticas são adaptadas para atender a realidade dos alunos, com conteúdos de qualidade, acessíveis e funcionais.

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