Atualizado em 9 de março | 2021 por SAS

A democracia busca assegurar um governo de participação global, na maior escala possível, incluindo a todas e todos. Logo, dentro da esfera educacional, busca que todos os seus agentes estejam inseridos nas decisões por meio de uma gestão democrática na escola. 

Quem tem papel fundamental para essa abertura democrática dentro da escola é a sua própria gestão, ou seja, seus próprios dirigentes e coordenadores são parte de um ambiente que trabalha o diálogo. Este último fator é fundamental, principalmente agora com as implantações do ensino híbrido e suas modalidades.

Continue sua leitura para saber mais sobre a gestão democrática na escola!

O que é gestão democrática na escola?

Gestão democrática na escola é entendida como estabelecimento de consensos entre os agentes educacionais, que trabalham a mudança de paradigmas nos campos sobre o que é ser um educador versus o que é ensinar. Engloba a ideia de um ecossistema simbionte entre todos os envolvidos na educação
Assim, a gestão democrática dentro do ambiente escolar faz parte de um processo de transformação do ensino, já proposto desde os anos 80. E tem como objetivo estabelecer que todos os sujeitos, envolvidos no processo de educação, participem e dialoguem das mais diversas temáticas escolares.

Um professor a frente da sala de aula com quatro crianças utilizando seus computadores. A gestão democrática na escola traz benefícios para todos.
A gestão democrática na escola é uma das principais aliadas do ensino híbrido.

O estabelecimento de tal parâmetro para a melhoria do ensino no Brasil tem por base uma legislação específica, bem como encontra-se previsto dentro do Plano Nacional de Educação (PNE)

Mais especificamente, o PNE discute a gestão democrática na escola, por meio de sua meta 19, que propõe que, em um prazo de 2 anos (dois) anos, a gestão democrática deve ser aplicada em âmbito nacional dentro das instituições escolares. 

Para tanto, deve estar fundamentada em critérios técnicos de mérito e desempenho, tendo a consulta pública como o principal processo, no qual os sujeitos que participam do processo escolar são tidos como uma das principais ferramentas no desenvolvimento e aplicação de uma gestão que trabalha com o diálogo e considera diferentes visões.

De volta à história da educação no Brasil

Quando olhamos para a história da educação no Brasil, especificamente no âmbito jurídico. Observamos, nestes momentos, que a reabertura democrática do país passou por diversas fases

Um dos momentos de destaque se dá pela pressão realizada por partes interessadas, no que compete uma lei capaz de abordar a gestão escolar democrática. Esta, por fim, se concretizou na  Constituinte de 1988, com os setores envolvidos na educação pedindo representatividade dentro da concepção da então Constituição Federal, que viria a nascer em 1988

Quem atuava neste contexto buscava por uma gestão mais receptiva e participativa, que sugeria à escola uma aliança para além da educação – indo de encontro à formação de cidadãos desde a infância

A mentalidade da gestão democrática na escola trabalha, ainda, a cultura de consideração da escola como primeiro ambiente social da criança, sendo responsável por auxiliar o indivíduo na sua formação enquanto cidadão consciente de seu papel. 

Portanto, o desenvolvimento de um pensamento que privilegia o coletivo, o respeito, e que empodere a voz da criança e seus pais, fazendo com que eles entendam que são parte de um corpo escolar vivo e contribuindo para a gestão democrática na escola.

Desafios comuns ao ensino híbrido da gestão democrática na escola

A pandemia trouxe uma transformação geral dos métodos tradicionais de ensino, englobando a adoção de aspectos pertencentes ao ensino remoto por instituições de ensino que aplicavam a modalidade presencial. Assim, surge o debate do ensino híbrido – uma mescla do ensino remoto com o presencial e que, nesse contexto, pode  evitar aglomerações, tanto de profissionais, quanto de estudantes.

Na teoria, o suporte fornecido pelas tecnologias cada vez mais avançadas e o acesso mais plural da população aos dispositivos seriam suficientes para o momento. 

No entanto, há algumas questões que ainda precisam ser debatidas e explanadas, a fim de uma melhor compreensão de como a adaptação real de estruturas presenciais pode oferecer um ensino híbrido eficaz e ajudar na implementação cada vez mais ampla de uma gestão democrática na escola.

O professor merece atenção redobrada dentro deste debate, pois sua formação é o que permite que a aplicação de metodologias híbridas possam ser realizadas de forma efetiva. 

Até então o contato face a face com o aluno era parte essencial da interação e da pedagogia, sendo as principais ferramentas do professor para ministrar suas aulas e ensinar seus alunos. Com o sistema híbrido, há a necessidade do professor se adaptar às novas tecnologias, não só como usuário, mas como criador de conteúdo para seus alunos

Tal transformação e adequação não evidencia nenhuma queda na qualidade do ensino, porém o material que o professor deve produzir aos seus discentes deve ser inteligível para suprir as necessidades do currículo escolar ao qual o profissional está comprometido. Para tanto, o professor precisa de ferramentas específicas de trabalho e de formação capazes de suprir as necessidades de ensino e aprendizagem para uma nova modalidade pedagógica, que tende a se tornar cada vez mais popular.

Sendo assim, a gestão democrática na escola é outro ponto que exige atenção no que se refere à aplicação bem-sucedida do ensino híbrido. Afinal, a estrutura oferecida ao professor torna-se uma maior necessidade dentro do ambiente educacional, para a criação de uma cultura de interação constante com a tecnologia

Tecnologias e soluções inovadoras auxiliam no processo de criação de uma gestão democrática na escola.

Tenha como exemplo as escolas que já contavam com ferramentas de ensino informatizadas. Estas sofrem menos no momento da aplicação do ensino remoto, pois já estabeleceram dentro de suas diretrizes uma cultura de acesso à tecnologia.

Neste contexto, temos professores e alunos que estão habituados a realizar atividades dentro de uma sala de aula na própria escola, ou em seu próprio espaço de estudo dentro de casa. Logo, a adaptação é mais fácil e possui mais chances de se tornar bem-sucedida.

O mesmo não é observado em instituições que não possuem acesso e uma boa infraestrutura de informática

Outro aspecto que merece ser bem avaliado é a limitação do acesso às tecnologias. Embora a internet seja uma ferramenta bastante difundida, não se pode afirmar que todos terão uma conexão ideal para a reprodução de uma videoaula, por exemplo, já que exige uma quantidade considerável de planos móveis, ou a existência de conexão em banda larga nas casas dos alunos expostos a esta situação. 

Esse modelo também acarreta o aumento das atividades, a fim de bem executar o plano de ensino – o que exige mais do aluno e, também, de uma disposição maior do professor para trabalhar, por exemplo, com uma estratégia de plantão de dúvidas, ou a administração de fóruns.

A comunicação com a família também pode ser prejudicada. Quando olhamos para a relação entre professor e pais nos deparamos com ruídos constantes de comunicação, que demanda de mais tempo e paciência de ambos os lados. Assim, trabalhar para fortalecer a parceria entre escolas e famílias é essencial e pode ser facilitado com o uso de tecnologias.

Como a gestão democrática na escola facilita o ensino híbrido? 

A gestão democrática na escola mostra-se essencial na aplicação do ensino híbrido. Uma comunidade escolar que está aberta ao diálogo e comprometida com a procura de acordos que favoreçam a relação pedagógica, proporciona uma melhor abertura para discussão da aplicação desse tipo de ensino. 

Afinal, onde há espaço para diálogo, há espaço para melhor adequação das metodologias do ensino híbrido, suas modalidades e dificuldades, procurando pontos em comum, a fim de que todos possam usufruir deste método sem contratempos desnecessários. 

Abaixo, listamos alguns benefícios de ambos: tanto da gestão democrática na escola, como do ensino híbrido. Confira!

1. Promove maior liberdade 

Uma gestão de viés democrático dentro do ambiente escolar busca integrar professor e familiares em decisões que afetam diretamente a ambos. Com isso, há o acréscimo do espaço para falar livremente sobre sua visão, seus problemas, e dar suas sugestões.

Este tipo de liberdade proporciona não só uma maneira de fazer com que todos se engajem no processo educacional dos alunos, mas, também, busca oferecer uma liberdade de discurso.

2. Conduz a escolha das estratégias de ensino 

A gestão democrática na escola, por favorecer o diálogo entre todos os sujeitos participantes no projeto de ensino, consegue convencer e melhorar a adequação de alunos e pais ao ensino híbrido.

Por meio delas, também se tornam visíveis todas as necessidades da preservação dos protocolos de segurança, assegurando que a educação dos discentes não será prejudica, já que esta mesma gestão está em constante busca de melhorias na oferta das modalidades híbridas.

3. Caminha ao lado do Projeto Político Pedagógico 

O Projeto Político Pedagógico (PPP) é um documento que instrumentaliza e expõe a visão da escola, ou seja, reflete a posição da instituição de ensino perante a sociedade. Assim e por consequência, caminha ao lado de uma gestão democrática na escola, pois um PPP comprometido com a sua comunidade age diretamente na inclusão de todos os sujeitos do processo pedagógico.

4. Estabelecimento de canais de comunicação claros e diretos  

É válido ressaltar que, sem a presença de reuniões face a face e todas as suas nuances, a comunicação é acometida de ruídos. Estes ruídos podem ser atenuados, ou até sanados completamente, quando os canais de comunicação escola-pais-alunos é claro, objetivo e paciente, entendendo as necessidades de cada um destes sujeitos e suas particularidades. 

Quando aberto e em funcionamento, canais de comunicação atuam como ferramenta essencial na resolução de problemas e na implantação de sugestões, sendo um dos melhores benefícios de uma gestão democrática na escola que se mantém atenta.

Como o SAS colabora na gestão democrática da sua escola?

O SAS acredita nas infinitas possibilidades de melhora do estudo, e trabalha para que o acesso à educação seja facilitado e cumpra seu papel: formar cidadãos, e melhorem o mundo ao seu redor.

Para isso, contamos com uma equipe de consultores que pode te guiar para melhores resultados e ampliar os horizontes do ensino. Contate-nos agora mesmo!