Atualizado em 29 de setembro | 2021 por
Depois de tantos meses de pandemia, fica a dúvida: como retomar às aulas presenciais com segurança e garantindo a qualidade do ensino? Ainda nesse período de incertezas, a volta às aulas presenciais nas escolas ainda pode trazer questionamentos por parte dos pais, alunos, professores e gestores escolares.
A volta às aulas presenciais nas escolas ainda é motivo de muita discussão na sociedade em geral. E, com o objetivo de ajudar gestores escolares neste processo, a Consultora Pedagógica do SAS, Eline Viegas, conduziu uma conversa com o Professor Ademar Celedônio, Diretor de Ensino e Inovações Educacionais do SAS, juntamente com o Marcos Moriggi, Diretor de Consultoria Pedagógica do SAS, em mais um episódio do SAS Cast. No bate-papo, os especialistas falaram sobre os desafios e estratégias que as escolas podem seguir para a retomada, esclarecendo dúvidas e compartilhando boas práticas.
Confira:
Como se deu o ensino remoto nas escolas? Foi emergencial ou intencional?
Após a paralisação das atividades presenciais nas escolas, realizada no final de março deste ano, a condução de aulas remotas foi a solução temporária encontrada para dar continuidade às atividades pedagógicas. O grande objetivo era minimizar o impacto do distanciamento social no aprendizado dos alunos. Nesse contexto, Moriggi explica que o ensino remoto praticado pelas escolas foi de caráter emergencial, pois foi fruto de um processo que exigiu uma solução rápida e uma adaptação imediata dos professores, mesmo os que não tinham qualquer familiaridade com ferramentas tecnológicas. Além disso, os alunos também precisaram se acostumar com o modelo virtual.
Com o passar do tempo, tanto os professores, como os alunos, tiveram suas dificuldades reduzidas, passando a compreender melhor e se adaptar ao ambiente virtual, em um processo mais estável que desencadeou em uma nova dinâmica de ensino. Com isso, com os aprendizados do primeiro momento, algumas escolas saíram da dinâmica do ensino remoto emergencial e atingiram o ensino remoto intencional, devido às práticas desenvolvidas pelos professores.
Qual a diferença entre ensino híbrido, ensino remoto emergencial e ensino a distância?
Segundo o Professor Ademar, o ensino a distância, ou EAD, já é um modelo bem desenvolvido, que possui metodologias, situações programáticas e processos educacionais bem definidos e desenvolvidos propriamente para o ambiente on-line. O EAD vem sendo utilizado há um bom tempo no Brasil, principalmente, nas universidades.
Já o ensino remoto emergencial, adotado inicialmente no Brasil pelas escolas durante a pandemia, refere-se a um processo, no qual houve uma rápida adaptação dos métodos de ensino para o ambiente virtual, sendo necessário um processo de aprendizado e melhorias contínuas no decorrer do tempo.
Quando se fala em retomada das aulas presenciais, vem à tona o conceito do ensino híbrido, que é uma mescla do presencial com o on-line. Os grandes desafios desse ensino são: compreender como transmitir as aulas e como garantir a mesma aprendizagem para quem está na escola e quem está em casa. O ensino híbrido já possui algumas teorias americanas, que, embora recentes, são bem desenvolvidas, que falam sobre metodologia ativas, estudos de rotação e processos construídos para o ensino híbrido em um ambiente de normalidade, ou seja, em uma sala sem o contexto da pandemia. É importante destacar que essa forma de ensino não é o que está acontecendo ou vai acontecer agora no Brasil, que ainda está se adaptando a esse processo. Entretanto, já é uma grande transformação digital, na qual professores passaram a desenvolver habilidades tecnológicas, juntamente com o perfil de alunos que já nasceram na era digital. Dessa forma, os especialistas acreditam que o processo de ensino, no Brasil, vai sofrer uma transformação digital e, com isso, o ensino híbrido pode vir para ficar e se estabelecer como uma grande metodologia de ensino no pós–pandemia.
“Só temos a ganhar, porque o ensino mesclado, ativo e mais atraente, vai transformar professores, escolas e impactar as gerações que estão por vir”, afirma Ademar Celedônio.
Quais são os desafios atuais para a retomada das aulas?
Os especialistas afirmam que o primeiro grande ponto a ser entendido é que cada estado está em um momento diferente de contágio, então é importante as escolas se orientarem pelos protocolos estaduais e municipais de retorno às aulas, eles que irão nortear esse processo. Feito isso, a escola precisa se organizar em alguns outros pontos:
1. Vai ser possível cumprir as 800 horas letivas propostas?
É necessário saber o número de horas cumpridas antes do período de isolamento, quantas foram possíveis durante a pandemia e quantas estão faltando para cumprir o ano letivo. Para isso, o SAS desenvolveu um Simulador de Planejamento Pedagógico, auxiliando as escolas a entender o quanto será possível concluir e se será necessário deixar algo para o ano seguinte (se ainda não teve acesso à ferramenta, procure um dos consultores pedagógicos do SAS).
2. Comunicação com as famílias
Nesse momento, é extremamente importante a comunicação com as famílias, pois conhecer a dinâmica dessas famílias irá nortear as decisões da escola para o processo de retomada. Uma pesquisa com as famílias e alunos pode ser essencial para medir a intenção de retorno e, assim, tomar a decisão das séries que irão retornar e as que têm menos pais dispostos a permitir o retorno dos filhos à sala de aula. Muitas escolas afirmaram que esse período estreitou os laços da escola com as famílias, e esse aumento da comunicação precisa ser preservado, orientando o passo a passo da caminhada para o retorno.
3. Infraestrutura e protocolos sanitários para o retorno
Uma das questões-chave é o que fazer para cumprir os protocolos. Portanto, as escolas devem estar atentas aos decretos estaduais e municipais. O SAS elaborou um guia especificamente para esse período focando na biossegurança. O protocolo foi assinado pelo Dr. Sérgio Zanetta, renomado médico e professor universitário de São Paulo. Baixe o e-book aqui.
4. Práticas pedagógicas
Na estruturação das atividades pedagógicas, é essencial garantir a transmissão da aula, indicando quais mecanismo serão utilizados para isso. A escola pode usar metodologias síncronas ou outros mecanismos no contra turno de aulas assíncronas. Os casos vão ser bem específicos, daí a importância do ensino híbrido, pois algumas regiões vão ter dificuldades com protocolos mais específicos ou escolas com professores em grupo de risco. Além da transmissão, outro grande desafio é a avaliação. Um dos pontos importantes sobre as avaliações é se pode ou não reprovar o aluno. Especialistas no mundo todo estão apontando que esse ano não é ano de reprovação. O que não quer dizer que outras formas de avaliação não possam existir, na qual não apenas a nota seja relevante.
Por fim, quais dicas podem ajudar a escola no planejamento das aulas?
Primeiro entender que o planejamento tem um peso grande nesse momento. E para desenvolver um bom planejamento é primordial escutar os professores. Também é importante fazer o acolhimento aos professores, alunos e famílias, pois entende-se que estamos passando por um momento difícil na humanidade, no qual muitos perderam familiares. Após isso, é importante fazer e analisar as avaliações dos alunos, como forma de ter evidências, seja por prova ou não, para começar a ver quais foram as aprendizagens essenciais obtidas nesse retorno.
É importante destacar que, nesse momento, a flexibilidade curricular passou a ser permitida pelo Conselho Nacional de Educação (CNE). Dessa forma, entende-se a necessidade de olhar para aprendizagens essenciais, olhar para habilidades da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) que sejam mais significativas nesse momento. Professores e escolas devem ter cuidado de escutar e entender quais são essas habilidades essenciais.
De forma geral, os especialistas destacam como pontos principais para o planejamento das aulas: a revisão curricular; a seleção dos objetivos e marcos essenciais que foram previstos para o calendário escolar e o entendimento, com base no cenário atual da escola, do que foi aprendido pelos alunos; e o que falta dentro do cronograma curricular, de como avançar e onde precisará regredir. Por fim, reforçam a importância de ouvir os professores e garantir a comunicação dentro da escola e para os alunos e familiares.
A retomada das aulas presenciais é um passo importante, que demanda muito planejamento. O SAS pode ajudar sua escola nesse processo, garantindo uma Educação de Excelência aos alunos, mesmo em um período de incertezas. Clique neste link para conhecer nossas soluções e falar com um consultor SAS!
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