Atualizado em 15 de outubro | 2021 por SAS

Como anda a saúde mental do professor que atua na sua escola? Antes de responder, temos alguns dados para apresentar: 60% dos docentes de todo o Brasil relatam problemas de ansiedade e estresse recorrente, e quase 50% deles não recomendam a profissão como carreira aos estudantes.

Esses dados são de duas pesquisas nacionais, uma feita pela Nova Escola, com cinco mil docentes, e outra realizada pelo Movimento Todos Pela Educação, com 2.160 profissionais da área.

Essas estatísticas foram registradas antes da Covid-19. Agora, esses números podem estar ainda piores. Afinal, desafios inesperados causados pela pandemia vêm exigindo dedicação máxima do grupo e, muitas vezes, não há suporte adequado da gestão.

Ao longo dos próximos tópicos, explicaremos quais são os sinais de que os docentes estão enfrentando problemas mentais e como a escola pode ajudar nessa situação. Acompanhe!

O que impacta a saúde mental do professor?

Criança entendo aula online com professora em plataforma digital, demonstrando que o ensino digital trouxe impactos na saúde mental do professor.
A saúde mental do professor foi muito afetada durante a pandemia. No entanto, com algumas mudanças é possível mudar isso.

O trabalho dos professores é extremamente complexo. Todos os dias, eles precisam inovar em práticas pedagógicas, lidar com muitos alunos ao mesmo tempo, com as dificuldades  de aprendizagem e gerenciar conflitos que ocorrem na sala de aula. 

Diariamente, ainda há os desafios de estudantes desmotivados e pensar em estratégias para incentivar sua participação nas aulas. Além do suporte aos pais, e acompanhamento com a gestão.

Com a pandemia, o corpo docente também precisou enfrentar novos desafios: aprender a utilizar ferramentas tecnológicas, preparar aulas on-line, se reinventar e lidar com os medos e ansiedades dos estudantes diante do coronavírus. Bem como lidar com as suas próprias questões emocionais.

Em resumo, são muitas as pressões do dia a dia. Por consequência, a saúde mental do professor pode ser prejudicada. E, sem o cuidado adequado, isso trará sérios prejuízos para todos: profissionais, alunos e escolas. 

Quais os sinais de saúde mental comprometida?

A melhor forma de lidar com problemas de saúde mental é tratá-los o mais cedo possível. Entretanto, os professores nem sempre buscam ajuda por si mesmo, afinal, ainda existe muito preconceito e negligenciamento relacionado ao tema, além da dificuldade de lidar com isso.

Dessa maneira, cabe ao gestor permanecer atento aos possíveis sinais de adoecimento psicológico da equipe e, assim, ampará-la. Aqui selecionamos alguns indicativos de problemas:

  • Dificuldade em lidar com as próprias emoções, irritando-se ou chorando com muita facilidade;
  • Desânimo recorrente e apatia com os acontecimentos;
  • Mudanças de peso repentinas;
  • Cansaço aparente e frequente;
  • Insônia ou sono em excesso;
  • Atrasos recorrentes para iniciar as aulas;
  • Perdas de memória durante as aulas;
  • Sensação de angústia e desesperança;
  • Momentos de paralisia diante de dificuldades cotidianas.

Qual é o papel da escola em relação à saúde mental do professor?

É fato que problemas relacionados à saúde mental devem ser tratados por profissionais especializados, como psiquiatras e psicólogos. Todavia, a escola precisa ser parceira dos professores e oferecer acolhimento em momentos de dificuldade.

Mas, afinal, quais são os cuidados que a instituição deve ter para ajudar a equipe docente? Aqui, selecionamos 3 ações de extrema importância.

  1. Capacitação e ferramentas
A escola pode ajudar a cuidar da saúde mental do professor dando treinamentos e ferramentas para auxiliar a adaptação de ensino para o online.

Oferecer capacitação para os professores é algo importante em qualquer circunstância. Entretanto, nesse cenário de pandemia, tornou-se indispensável. O motivo é simples: aulas a distância e necessidade de lidar com ferramentas virtuais constantemente.

De acordo com um estudo realizado em 2020 pela Fundação Carlos Chagas, 49% dos professores afirmaram não ter conhecimento suficiente sobre o mundo digital.  

O grande problema é que, mesmo sem o devido conhecimento, precisaram dar um jeito de criar aulas on-line e organizar atividades interativas. Isso exigiu o desenvolvimento de novas habilidades em um curto espaço de tempo e, muitas vezes, por conta própria. O que é muito desgastante.

Diante desse cenário, é papel da escola ajudar os docentes a construírem novos conhecimentos com o suporte adequado. Ou seja:

  • Oferecer cursos de formação continuada voltados para a Tecnologia da Informação e Comunicação;
  • Promover oficinas para ensinar como utilizar ferramentas básicas de videoconferência, edição de vídeo e imagem, gravação com celular e outras parecidas;
  • Apresentar ferramentas para organização do trabalho no meio digital, como o Trello.  

Lembre-se que também é importante focar na capacitação para o desenvolvimento de habilidades socioemocionais. Aqui incluímos aulas de inteligência emocional, meditação guiada, mediação de conflitos, comunicação não violenta, entre outras.

Quando a escola investe na formação continuada dos professores, ela mostra que se preocupa com os colaboradores e aumenta a autoconfiança do time. Consequentemente, isso ajuda a manter a saúde mental do professor e de todos à sua volta. 

  1. Diálogo com as famílias dos alunos

Nesse período de pandemia, muitas escolas colocaram os estudantes e suas famílias em contato direto com os professores. O objetivo era manter a conexão das aulas presenciais e esclarecer dúvidas em tempo real.

Apesar da ideia ser positiva, na prática ela acabou exigindo disponibilidade constante dos docentes. O resultado é uma sobrecarga de trabalho e atenção, o que aumenta drasticamente os níveis de ansiedade, gerando exaustão. O trabalho deixou de ter horário fixo e parece durar o dia inteiro.

Para intervir nessa realidade, é possível criar canais de comunicação ativos com  a gestão escolar e as famílias, para que as mesmas não precisem recorrer apenas ao docente na hora de sanar dúvidas.

Além disso, promover uma gestão democrática e participativa na escola pode ser uma opção produtiva. Assim, fica mais fácil entender quais as necessidades das famílias e professores, principalmente delimitar horários em que os docentes estarão disponíveis para atendimento.

A gestão participativa também é útil na hora de dividir responsabilidades entre colaboradores e os próprios familiares dos estudantes, bem como encontrar soluções que atendam cada um da forma mais satisfatória possível. O objetivo aqui é fazer com que a relação família e escola seja de parceria, na qual todos se ajudam. Isso gera um atendimento humanizado, tanto para pais e alunos quanto para o professor. É importante que as famílias se sintam amparadas pela escola, mas sem afetar a saúde mental do professor.

  1. Promoção de redes de apoio

Com o isolamento, não existia mais o intervalo do percurso até a escola, e a marcação das aulas já não era baseada na clássica campainha sonora. Professores passaram a trabalhar dentro de casa, tendo que dividir a atenção com os afazeres domésticos e a rotina familiar.

Esse ciclo de múltiplas atividades começou a sobrecarregar ainda mais a classe docente. E a situação piora quando colocamos na conta o medo de perder o emprego devido à crise e de se contagiar com o vírus da Covid-19.

Devido a todos esses fatores, a escola precisa promover redes de apoio, com o objetivo de oferecer acolhimento a esses profissionais. Você pode criar, por exemplo, rodas de conversa entre os docentes para que possam compartilhar experiências, frustrações e vitórias.

A ideia é promover o diálogo e dar espaço para que cada um consiga se expressar. Isso ajuda o professor a se sentir valorizado, bem como é uma oportunidade dele dar vazão às suas emoções e pensamentos.

As redes de apoio também podem ser uma ótima oportunidade de trabalhar o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, algo de extrema importância no pós-pandemia.

Uma outra forma muito eficiente de oferecer suporte é montar redes de apoio com pedagogos, psicopedagogos e psicólogos. Dessa maneira, consegue-se ter uma ajuda mais direcionada e diretamente com o profissional, sendo essencial para trabalhara saúde mental do professor.

Saúde mental dos professores em tempos de ensino híbrido: algumas sugestões eficientes!

Algumas atitudes simples podem melhorar a situação na qual muitos professores encontram-se. Aqui, separamos sugestões para você trabalhar com ocorpo docente.

O objetivo é ajudar a equipe a lidar melhor com o cenário educacional durante a pandemia. Entretanto, cada um dos itens abaixo não se resume apenas a esse período e pode ser colocado em prática a qualquer momento, afinal, a saúde mental do professor estar boa significa qualidade de vida, o que resulta em melhores aulas e um ensino mais efetivo!

Manutenção de uma rotina viável

O professor precisa criar uma rotina de trabalho dentro de casa, de modo a evitar distrações e fugir da sensação de sobrecarga. Para isso, ele deve definir horários fixos para preparar e apresentar as aulas, bem como para responder pais e alunos.

Respeito aos momentos de lazer e descanso

Lazer e descanso são essenciais para manter a saúde mental. Sendo assim, o professor precisa estabelecer, dentro da rotina que criou, momentos de pausa e delimitar o horário máximo de trabalho.

Em contrapartida, a gestão da escola e as famílias dos estudantes precisam respeitar esses horários. Afinal, isso também faz parte da construção de uma rede de apoio efetiva e que auxilia a todos.

Os momentos de lazer e diversão são grandes ajudantes da saúde mental do professor.

Prática de atividades físicas

É comprovado cientificamente que as atividades físicas liberam dopamina e promovem sensação de bem-estar. Portanto, incentive os professores a praticarem exercícios de forma regular. E isso pode ser feito dentro de casa.

Atualmente, existem vários canais gratuitos que disponibilizam aulas de yoga e ginástica, por exemplo. Como sugestão, indicamos os canais Pri Leite Yoga e Carol Borba. 

Busca por uma alimentação saudável

Ter uma alimentação com poucos produtos industrializados e mais itens naturais ajuda a diminuir os níveis de ansiedade e depressão. Açúcar em excesso, gordura, sal e conservantes ativam neurotransmissores no cérebro e podem piorar quadros de insônia, irritabilidade, fadiga, entre outros problemas que podem pesar muito.

Então, sua escola pode oferecer atendimento nutricional para os professores ou mesmo disponibilizar algum aplicativo para ajudá-los a cuidar melhor da alimentação.

Busca por psicólogos

Mesmo com todos os benefícios que dicas anteriores oferecem, nada é mais efetivo no auxílio à saúde mental do professor que o tratamento psicológico. Portanto, incentive os professores a buscarem ajuda profissional caso sintam necessidade.

Para facilitar esse processo, a instituição de ensino pode criar parcerias com psicólogos da região ou promover palestras desmistificando os problemas mentais.

Esperamos que este texto tenha feito sentido para você e o ajude a promover bem-estar para a sua equipe. Lembre-se que o SAS está ao seu lado nesse processo. Aqui possuímos uma consultoria pedagógica, que auxilia professores e coordenadores a desenvolver aulas e aprimorar práticas pedagógicas. Essa é uma ótima forma de oferecer suporte ao time e evitar que se sintam sobrecarregados.

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