Atualizado em 21 de junho | 2021 por
A educação financeira nas escolas públicas foi fruto de um projeto do governo para instituir, de forma interdisciplinar, ações voltadas a orientar os alunos, com relação à sua vida financeira. O objetivo é que os estudantes tenham um relacionamento saudável com o dinheiro, equilibrando gastos, por meio do planejamento e economia.
A Educação financeira nas escolas está incluída na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) como um tema transversal e deve constar nos currículos de todas as instituições do Brasil. Portanto, todas as instituições de ensino e educadores precisam se adaptar.
Continue com a leitura para saber mais a respeito do papel da escola e da família no ensino da educação financeira, assim como os benefícios e métodos para implementação.
Qual a importância de ensinar educação financeira nas escolas?
Ensinar educação financeira nas escolas, basicamente, fornece condições aos alunos para lidar com o dinheiro da melhor maneira possível, por meio de orientações e ferramentas que os ajudarão a efetuar um planejamento financeiro adequado, contribuindo para a estrutura e prosperidade do país.
Dessa forma, instituir uma cultura de educação financeira nas escolas, desde o período da infância, é contribuir para a constituição de um adulto com habilidades para gerenciar suas finanças de forma mais saudável.
A organização e o planejamento de como, onde e quando gastar, são fatores importantes para que um indivíduo consiga conquistar o que se deseja, como pagar os estudos, comprar um carro ou uma casa, e manter as despesas diárias.
É através do empenho e da disciplina que as metas financeiras são atingidas. Portanto, partindo dessa visão, a educação financeira mostra aos estudantes o quanto são capazes de obter os objetivos materiais que almejam, além de estimulá-los a pensar no futuro e realizar os seus sonhos.
A implementação da educação financeira nas escolas implica na mudança da rotina dentro das famílias também, pois o aluno leva seus conhecimentos e compartilha com aqueles que o cercam, podendo aplicar os conhecimentos trazidos da escola desde já, auxiliando no planejamento do orçamento familiar.
A educação financeira nas escolas deve ser abordada com cunho interdisciplinar, dando maior importância e sentido para que o estudante tenha uma visão sistêmica e construtiva sobre o assunto.
Educação financeira nas escolas agora é lei
O Projeto de Lei 3145/20 torna obrigação a inclusão da educação financeira como tema transversal nos currículos do Ensino Infantil, Fundamental e Médio. O texto, em trâmites finais na Câmara de Deputados, fará parte aditiva na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB).
O grande objetivo da lei é ser um pilar para um futuro mais maduro, apostando no crescimento econômico e financeiro no Brasil, através de gerações com uma educação financeira de maior qualidade.
A determinação vale como prática imediata para adaptação de currículo para o ano de 2021. Veja, a seguir, como alinhar o currículo à Lei 3145/20 e à BNCC.
Educação financeira nas escolas e no currículo escolar
Para implementar a educação financeira, segundo a Lei e as diretrizes da BNCC, a escola precisa adaptar e modificar algumas questões no currículo escolar.
Devido à transversalidade do tema proposto, é necessário inseri-lo no currículo escolar como abordagem, em diferentes matérias. Por exemplo, na área de matemática, estudar sobre os cálculos, enquanto, na disciplina de história, é estudada a relação entre o sistema financeiro atual com o que tínhamos no Brasil colonial.
Uma das metas da educação financeira nas escolas é conquistar uma melhor posição no PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes).
Isso porque, na última Pesquisa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA), realizada em 2015, o Brasil foi o último colocado na categoria competência financeira, em relação aos 15 países avaliados. Como poucos avanços voltados à educação financeira ocorreram desde então, a ideia é reverter esse quadro.
Vantagens e desafios ao trabalhar a educação financeira nas escolas
O assunto ainda é novidade para pais, educadores e comunidade como um todo.
Atualmente, no Brasil, temos números altíssimos de inadimplentes, alcançando 63 milhões, segundo o órgão Serasa Experian. Portanto, há uma necessidade urgente de reverter esse quadro, para que as próximas gerações tenham uma disciplina e planejamento financeiros mais efetivos.
Nesse cenário, as escolas exercem papel fundamental para que essa mudança ocorra de acordo com as premissas da implementação. Porém, como toda novidade, existem vantagens e desvantagens no processo.
Veja, a seguir, os as vantagens e os desafios de trabalhar com a educação financeira nas escolas:
Vantagens
As vantagens da aplicação da educação financeira nas escolas se sobressaem, frente aos desafios. Algumas delas são:
- Engajamento familiar
A criança e o adolescente tende a envolver a família, para aplicar os conceitos que aprende dentro da sala de aula. Envolver a família é uma forma de colocar e testar a educação financeira de maneira prática, assim como de verificar os resultados benéficos no seu uso.
- Consciência financeira
A consciência de lidar bem com o dinheiro vai além do quesito monetário. Os hábitos de consumo se alteram e, consequentemente, os cuidados com a saúde e a preservação do meio ambiente, também. Menos produção de lixo e a seleção de alimentos mais saudáveis acabam entrando nesse ciclo, gerando benefícios para outros segmentos.
- Planejamento futuro
Pensar os hábitos de consumo e redirecionar para a redução dos descartes é visualizar uma geração futura mais consciente. O planejamento de futuro também foca em traçar metas para conquistar os desejos, que envolve as finanças e organizar, de maneira clara e concisa, quais passos é preciso dar para atingir os objetivos.
Desafios
Os desafios que permeiam a implementação da educação financeira nas escolas trazem alguns pontos para discussão dentro das instituições de ensino. São eles:
- Materiais didáticos
A oferta de materiais didáticos ainda é escassa, e tal fato precisa ser ajustado para suprir as necessidades das escolas. Pensar em um material didático de qualidade e adequado para cada nível é um desafio atual e precisa ser colocado em pauta, para que a adequação do currículo escolar ao tema ocorra com maior segurança.
- Formação de professores
Os docentes precisam levar, para o cotidiano da sala de aula, muito domínio sobre os objetivos e o que diz o documento da BNCC sobre educação financeira. Dessa forma, precisam estar devidamente informados para realizar o planejamento e aplicaro tema na escola.
- Tempo para planejar
Uma das queixas mais comuns é exatamente a falta de tempo disponibilizado para o planejamento. Para que a educação financeira nas escolas tenha resultados positivos, os docentes precisam ter momentos de troca para o planejamento interdisciplinar e para organizar os seus próprios roteiros de aula. Esse tempo precisa ser remunerado, respeitado e ser tratado como uma oportunidade de enriquecer o trabalho proposto.
Como aplicar a educação financeira nas escolas?
Para auxiliar na aplicação da educação financeira com os alunos, listamos algumas dicas de atividades para escolas e educadores utilizarem em sala de aula:
- Jogos temáticos
São uma excelente forma de trazer, de uma forma lúdica, saberes sobre as finanças. Alguns exemplos são o Banco Imobiliário e o Jogo da Vida, que podem ser adaptados desde a Educação Infantil até o Ensino Fundamental Anos Finais. As crianças e pré-adolescentes estabelecem, assim, familiaridade com os conceitos que envolvem economia e o uso do dinheiro.
- Cofrinhos
Podem ser usados como caixinhas da turma e/ou feitos para levar para casa. Aqui é interessante estipular um objetivo coletivo ou individual, a fim de estimular a economia de dinheiro através de metas. Desse modo, o ato de planejamento monetário estará sendo trabalhado.
- Exemplos cotidianos
Os exemplos cotidianos são excelentes para discussões em rodas de conversa, bem como, no estudo de matemática. Conversar sobre os passeios com a família e avaliar como o dinheiro foi gasto é uma forma de fazer uma análise sobre o consumo e os gastos.
- Fábulas
Fábulas também são uma boa forma de introduzir o assunto com os mais pequenos. Primeiramente, porque mexe com a imaginação e traz um aspecto lúdico. Depois, porque possibilita tratar de temas alusivos à educação financeira. A fábula “ A Cigarra e a Formiga”, por exemplo, é excelente para demonstrar, de forma prática, a importância de poupar para garantir uma estabilidade no futuro.
Papel da escola e do professor
O papel do professor no ensino da educação financeira nas escolas é de preparar os alunos para o futuro, com o intuito de contribuir para que se tornem indivíduos semeadores e multiplicadores de seus conhecimentos sobre o tema, seja na família ou nos locais de socialização.
O aluno precisa ser envolvido durante as aulas, e uma das formas de realizar isso é utilizar os meios digitais, como vídeos na internet, aplicativos, sites, blogs e jogos on-line. Isso ajuda a desconstruir a ideia de que falar sobre finanças é um assunto chato.
O professor deve, primeiramente, conhecer o que a BNCC diz sobre a educação financeira nas escolas, para, posteriormente, buscar ancorar seu planejamento, de acordo com o documento, mas sem perder de vista a realidade do aluno e a melhor forma de construir conhecimentos sobre a temática com a turma.
É ofertando um ensino financeiro alinhado e de qualidade que a escola formará jovens mais conscientes e responsáveis, enquanto consumidores e cidadãos. Mas, para que isso aconteça, as escolas precisam tratar o assunto de forma criativa e lúdica, ajudando a construir um relacionamento saudável dos alunos com relação ao dinheiro e tudo que envolve o mundo das finanças.
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