Atualizado em 29 de setembro | 2021 por SAS

Preparar uma boa aula sempre demandou muita atenção e cuidado dos professores. Com a pandemia e a paralisação das aulas presenciais nas escolas, essa situação se tronou ainda mais difícil, uma vez que as instituições precisaram rever rapidamente todo o planejamento de aulas e a forma de ensinar. 

Desde que a pandemia do novo coronavírus chegou ao Brasil, obrigando as instituições de Ensino Básico a interromperem suas atividades presenciais e a ensinarem de maneira remota, que professores e gestores escolares vêm se adaptando a um contexto escolar bastante desafiador, aprendendo, dia após dia, como preparar uma boa aula on-line

Para debater sobre o tema, o SAS Cast recebeu a Ana Paula Manzalli, da Sincroniza Educação, para comentar os principais tópicos do acompanhamento de aprendizado no contexto do ensino remoto de emergência, definindo objetivos e tarefas que sejam eficazes para a aula. 

Segundo Ana Paula, o primeiro ponto a levar em consideração é entender que esse contexto pegou todos de surpresa, quando ainda não existiam especialistas em ensino a distância para crianças e jovens. Quando a pandemia começou no Brasil, ninguém havia estudado sobre “como adaptar toda uma conjuntura escolar em tempos de pandemia” para poder já entender de imediato o que seria o certo, o que seria errado ou como as decisões deveriam ser tomadas. O que se viveu incialmente não poderia ser chamado de ensino on-line ou ensino a distância, mas de “ensino remoto de emergência”, porque não foi possível se preparar e se planejar para adaptar os currículos, flexibilizar as estratégias, nem para organizar os materiais. 

Nesse sentido, para começar a organizar aulas on-line em condições emergenciais, a primeira dica é a priorização do currículo. No modelo on-line, não é possível oferecer o mesmo tempo da aula presencial nem o mesmo formato, pois tornaria o momento muito cansativo.  

Então, para garantir na aprendizagem o que é central? O professor precisa pensar quais conteúdos estão dentro do grupo de “grandes ideias e tarefas essenciais“, porque este é o recorte do que é mais importante garantir. O que é central para o meu aluno? O que ele não pode acabar o ano sem ele saber?  

Depois de selecionar esses objetivos centrais da aula, é preciso pensar na avaliação, visto que não será possível coletar informações olhando cadernos ou livros dos alunos. Aqui, a combinação de estratégias e ferramentas é fundamental. São elas: 

  • Ferramentas on-line (como: Google formulário, Padlet ou Mentimeter) para que os alunos façam exercícios e enviem, ou para que observar, em tempo real, como eles estão se saindo; 
  • Pedir que os alunos fotografem uma atividade realizada em caderno ou livro e compartilhem;  
  • O SAS, por exemplo, oferece recursos para a interação com o aluno que podem ser usados como forma de verificar a aprendizagem. 

Depois disso é preciso pensar na sequência de atividades e nas funções de cada uma de acordo com os objetivos de aprendizagem. Os recursos também fazem parte desse momento do planejamento. Algumas perguntas que podem auxiliar nesse momento são:  

  1. Você vai montar uma apresentação de slides para te apoiar enquanto fala?  
  1. Vai passar um vídeo?  
  1. Vai montar um infográfico? Selecionar atividades do livro didático?  
  1. O que precisa preparar com antecedência?  

Outro ponto importante que pode auxiliar no planejamento de aulas on-line é a diversificação de estratégias. A neurociência aponta que não é possível armazenar muita informação no cérebro de uma vez. Então, para não ficar cansativo e não sobrecarregar o aluno, uma boa estratégia é apresentar um pouco do conceito, alternar com perguntas para os estudantes, passar para uma atividade e, depois disso, voltar a falar um pouco sobre o conteúdo. Além disso, dar instruções claras e diretas (colocar um apoio visual para essas instruções), para uma compreensão mais efetiva dos estudantes, facilita o processo. 

Pensar em qual ferramenta será utilizada para realizar videoconferências, também é necessário. O SAS On-line tem uma curadoria de ferramentas na área do professor, onde é possível verificar e entender melhor as vantagens e desvantagens de cada uma das opções. O Google Hangouts ou Meet e o Microsoft Teams podem ser boas alternativas. 

Por fim, algumas dicas que podem auxiliar para o bom funcionamento de uma aula on-line são os combinados básicos estabelecidos com os alunos. Uma das coisas que mais acontecem em videoconferências são duas ou mais pessoas falarem ao mesmo tempo, um por cima do outro, por causa da conexão. Então, é interessante ter algum combinado para inscrição de fala. O aluno pode, por exemplo, escrever o nome dele no chat para avisar que ele quer falar. Aí, se outro aluno quer falar depois, ele anota o nome também. Com essa estratégia, além ser possível saber a ordem de quem quer falar e garantir a participação dos alunos, eles vão aprender a respeitar o momento de fala uns dos outros.  

Outros combinados com os alunos que ajudam bastante são: manter sempre o microfone fechado e só abrir quando for falar para os ruídos externos não interferirem e manter as câmeras abertas para que todos possam se ver. Além disso, é interessante ter um combinado para não utilizar o celular e ter atenção total à aula. Como os alunos não estão acostumados com todos esses combinados, é preciso construir essa prática, colocar na rotina. 

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