Atualizado em 29 de setembro | 2021 por SAS

No 5º episódio do PodCompartilhar, série especial do SAS Cast sobre Projeto de Vida, o psicólogo Henrique Angelo e o pós-doutor em Psicologia Saulo Velasco abordam como os pais e responsáveis podem desenvolver a empatia dos jovens.

Desenvolver a empatia é uma habilidade cada vez mais requisitada, pois ser empático é o primeiro passo para se conectar às próprias emoções e de outras pessoas, promovendo mais qualidade às relações interpessoais. 

Trabalhar essa característica ainda na infância ou juventude garante uma vida adulta mais saudável, por isso, no quinto episódio do PodCompartilhar, série de podcasts do SAS Cast, que funciona como um canal aberto de conversa com os familiares de nossos alunos para discutir o Projeto de Vida dos jovens, o psicólogo Henrique Angelo, especialista em aprendizagem e orientação parental, conversa com Saulo Velasco, pós-doutor em Psicologia, especialista em educação, comportamento e cognição sobre como desenvolver a empatia de crianças e adolescentes. 

Veja os principais aspectos abordados neste episódio: 

No início, Saulo esclarece a diferença entre simpatia e empatia. A simpatia é sentida por alguém, geralmente, com base em uma experiência compartilhada. Já a empatia, acontece quando não houve determinada vivência, mas é possível combinar pedaços de sua história de vida para imaginar como ela seria, mesmo que não necessariamente se identifique com tal experiência. Empatia é a capacidade de compreender motivos, necessidades e dores não expressas de outras pessoas, especialmente daquelas muito diferentes do seu perfil. Ou seja, se colocar realmente no lugar do outro e imaginar como seria ser essa pessoa, para criar uma ligação mais profunda e verdadeira com ela. 

Henrique traz um questionamento que já recebeu de pais ao conversar sobre empatia: “não seria prejudicial para o meu filho se colocar no lugar de alguém violento ou desrespeitoso?”. Saulo explica que a empatia lida com a perspectiva de olhar para o outro a partir das suas próprias razões, mas que é possível ser empático com alguém sem concordar com a conduta da pessoa, buscando compreender a história de vida dela e as razões que a fizeram agir daquele modo. 

Empatia afetiva e cognitiva 

O psicólogo aprofunda a explicação de empatia, distinguindo-a entre dois tipos: afetiva e cognitiva. A empatia afetiva é conseguir sentir o que outra pessoa está sentindo, compartilhando de sua felicidade ou tristeza.  Empatia cognitiva é assumir a perspectiva de outra pessoa e compreender o seu pensamento e forma de agir, sem ser afetado emocionalmente por isso. Ambas são importantes, mas ocorrem de forma diferente. A empatia afetiva tende a ser mais espontânea. Por exemplo, se ao ver alguém passar por uma situação triste, você fica triste sem se esforçar para isso. Por outro lado, a empatia cognitiva requer um esforço consciente para considerar a perspectiva de outra pessoa. 

Autoconhecimento e empatia 

Henrique pergunta o que os pais e educadores podem fazer no dia a dia para facilitar a aprendizagem da empatia. Saulo sugere o processo de autoconhecimento. O esforço consciente para imaginar o que pode estar se passando com outra pessoa requer que você se conheça e imagine como reagiria naquela situação. Algumas perguntas podem ajudar nesse processo, por exemplo:  

  • Como eu me sentiria e agiria nessa situação?  
  • Eu faria diferente se tivesse passado pelas mesmas experiências de vida que essa pessoa passou?  
  • Como seria, para mim, passar por essa experiência todos os dias?  
  • Quando sou eu que estou agindo de determinada forma, o que normalmente eu estou passando e sentindo?  
  • Como eu gostaria que as pessoas agissem comigo quando eu estou me sentindo ou agindo de certa maneira? 

Fazer essas perguntas ou ensinar para uma criança ou jovem a fazê-las é especialmente importante nos momentos em que o outro está agindo de forma desagradável, agressiva, injusta ou desrespeitosa. Ter empatia, nesse caso, pode ajudar a ter mais paciência, ser mais compreensivo e cuidadoso com alguém que está passando por uma situação difícil. O psicólogo ainda traz alguns exemplos práticos que já aplicou com o próprio filho. 

Reforçando a ideia de que autoconhecimento e empatia estão intimamente relacionados, Saulo pondera que, se uma pessoa não consegue identificar porque age de determinada maneira, ela não conseguirá entender as razões pelas quais outra pessoa está agindo assim ou de uma forma diferente. Nesse exercício de olhar para si mesmo, é possível fazer essa transposição para o outro. Porém, ele alerta que, ao tentar olhar ou sentir o mundo pelos olhos de alguém, nem sempre é suficiente imaginar o que você sentiria ou faria se estivesse em situação semelhante.  

Às vezes, é necessário um exercício ainda maior de imaginação e interpretação. Compreender que todos são diferentes uns dos outros e, por isso, nem sempre pode-se basear em sua experiência pessoal para julgar a forma de agir, pensar e sentir de outra pessoa. Ele cita um escritor Irlandês que morreu em 1950, chamado George Bernard Shaw, que resumiu essa ideia do seguinte modo: “Não faça aos outros o que você gostaria que fizessem a você – eles podem ter gostos diferentes.” 

Como desenvolver empatia sendo um exemplo 

Henrique conclui o raciocínio dizendo que vê a empatia como uma percepção ampliada do outro. E, pensando nisso, pergunta o que mais pode-se fazer para ter essa percepção. Saulo sugere exercitar a escuta ativa e ensinar as crianças a fazerem o mesmo. Escutar ativamente é ter disposição e curiosidade genuínas para ouvir atentamente o que a outra pessoa tem a dizer sobre as próprias razões para agir de certa forma, e assim entender os pensamentos, os motivos e as experiências dela. 

 Também indica que brincadeiras, jogos, filmes e livros podem ajudar muito nesse processo e traz um relato de como tem utilizado a história de um livro para trabalhar a empatia com o próprio filho. Saulo diz que o mais importante, como pais ou educadores, é dar o exemplo. Para desenvolver crianças empáticas, é preciso ser empático com elas e ouvir, validar e acolher suas percepções e motivos. E, igualmente, demonstrar empatia por pessoas diferentes de você. 

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