Atualizado em 29 de setembro | 2021 por SAS

A evolução humana é formada por transformações que reestruturam paradigmas das mais diversas naturezas, e a história nos mostra que indivíduos e organizações que progridem são aqueles que mais rápido conseguem se adaptar às mudanças. 

O momento atual nos levou a viver mudanças bruscas. E o que percebemos é que, cada vez mais, as pessoas estão empoderadas para inovar. Entretanto, para a grande maioria delas, algumas mudanças só aconteceram porque se viram obrigadas a aceitá-las. Dificilmente, observamos uma postura preventiva com relação às crises, o que impossibilita tomadas de decisão antes mesmo que novos cenários sejam impostos e nos forcem a tomar novos rumos.  

Quando falamos de Educação Básica, essa falta de atitude preventiva se tornou ainda mais evidente, com a chegada do coronavírus. Muitas escolas, sobretudo as que não tinham a cultura digital na sua essência, precisaram agir rápido para inserir a tecnologia como forma de contornar o distanciamento social e continuar exercendo suas atividades. Com a pandemia, o gatilho da falta de integração entre recursos digitais e humanos foi explicitado. Em poucos dias, planos contingenciais, esforços e outros recursos precisaram ser colocados em prática, para que o aluno não fosse prejudicado.  

E, obviamente, essa situação atingiu todos os atores educacionais, uma vez que um grau de adaptabilidade exponencial foi exigido de gestores escolares e educadores, além da inclusão integral da família no processo de ensino-aprendizagem dos filhos, em especial alunos da Educação Infantil e do Ensino Fundamental Anos Iniciais.  

A tecnologia, que, muitas vezes, ainda era alvo de questionamentos, sendo vista como uma forma de “desumanizar o ensino”, passou a integrar a aquisição de conteúdos e informação por intermédio do professor, que rompeu as barreiras da sala de aula.  

São muitas mudanças e quebras de paradigma que a comunidade escolar como um todo precisa enfrentar de uma só vez. Por esta razão, o SAS tem realizado diversos momentos de conversa sobre temas relacionados à Educação Básica, com o objetivo de trazer luz às escolas parceiras, professores, alunos e pais, sobre como lidar com todas as mudanças e entender seus respectivos papéis no processo remoto de ensino-aprendizagem. Um exemplo desses momentos, é o SAS Cast, o podcast do SAS que, semanalmente, recebe convidados de diversos times da plataforma de educação, assim como mantenedores das escolas parceiras e outras referências na Educação Básica, para refletirem sobre esse cenário.  

Em um desses bate-papos, Murilo Campos, líder de Cultura Digital do SAS, juntamente com o professor e diretor de Ensino e Inovações do SAS Ademar Celedônio e com o diretor do Colégio Planck André Guadalupe, refletiram sobre a inclusão da cultura digital no dia a dia das escolas, no antes, no durante e no pós-pandemia.  

Segundo apontado pelos especialistas, para que as escolas possam efetivamente viver uma cultura digital, gestores, professores, alunos e pais precisam participar e serem contagiados por ações de tecnologia rotineiramente, e não apenas em algumas ocasiões específicas. Eles ressaltaram, ainda, que não basta a utilização de ferramentas tecnológicas pela escola, sem o real engajamento do corpo docente nas atividades.  

“As ferramentas de tecnologia não necessariamente serão efetivas no processo de ensino-aprendizagem, se não contarem com a colaboração dos professores. Não podemos viver uma transformação digital sem os aparelhos, mas só os aparelhos não bastam. Algumas escolas possuem, apenas, os meios (salas bonitas e tecnológicas, laboratórios, etc), mas não levam a cultura digital para todos os professores. Sem a colaboração de todos eles, a verdadeira cultura digital não é possível”, completa Ademar Celedônio. 

Nesse sentido, André Guadalupe, diretor da Escola Planck, ressalta:  

“As escolas só vão conseguir fazer uma transformação digital correta, quando elas abandonarem esse conceito de que o que existia não vale mais. Essa cultura, na verdade, resulta da adaptação do que já tínhamos à necessidade que estamos tendo e teremos. Existe uma questão muito forte das escolas, que é tentar falar a linguagem dos jovens – que são nativos digitais, que já nascem com o celular na mão -, descartando aquilo que ele não gosta. Esse é um desafio que as escolas estão enfrentando agora: como lidar com o consumo imediato daquilo que dá prazer para o aluno. As escolas estão buscando se modernizar, mas isso acaba sendo uma ‘maquiagem’, se essa inovação não estiver na essência da sua proposta pedagógica, se não estiver tatuada na pele do gestor escolar.” 

Para eles, a tecnologia, que está presente nas diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) como fator fundamental, deve nos fazer refletir diariamente para quem estamos educando, quais as competências devem ser desenvolvidas nos alunos, uma vez que cenários futuros de empregabilidade são ainda muito indefinidos.  

Quais serão os novos cargos em uma sociedade em transição, por exemplo? Como a tecnologia vai agir na vida do homem e apontar para esse tipo de discussão? Como engajar equipes para uma cultura de transformação?  

A tecnologia pode aproximar, personalizar, criar recursos colaborativos, criar prognósticos de soluções para futuro. Porém, eles reforçam que é necessário um alicerce para cultura digital: equipamentos, acessos, recursos, orientação, conhecimento técnico e estímulos. É preciso interesse genuíno da equipe escolar, além da habilidade de auxiliar pessoas ao longo do processo, ter inteligência emocional, confiar nos agentes envolvidos e apostar na rede decentralizada, sem medo de errar e de testar.  

Nesse cenário, o professor exerce um papel essencial, não mais de provedor de conteúdo, mas como catalisador de reflexões e conexões para seus alunos. Eles devem estimular a criatividade, pensamento crítico, a capacidade de aprender, resolvendo problemas, criando projetos, explorando visitas virtuais em museus, como alternativas para sensibilizar seus alunos. Ou seja, o professor virou um ator do cenário digital, experimentando o ambiente nas suas mais diversas formas – redes sociais, mobile, busca, vídeo. O empirismo se tornou uma habilidade necessária aos experts digitais. Só não tendo medo de errar é que se pode adquirir maestria e domínio em um ambiente caracterizado pela complexidade e velocidade das transformações.  

E como os gestores escolares podem se preparar, cada vez mais, para praticarem a cultura digital em sua essência pedagógica? Seguem alguns passos fundamentais apontados por Ademar, Murilo e André: 

  • Investir no empoderamento e formação digital dos professores, coordenadores e das famílias atuantes, para que a colaboração por meio das redes possa gerar influência, autoridade, iniciativa e empreendedorismo.  
  • Incentivar uma cultura de experimentação, que permita inovar e testar novos formatos, sempre buscando a excelência do formato. 
  • Não ter medo de errar, pois o erro com responsabilidade é o que leva a escola a acertar mais cedo. 
  • Praticar uma gestão de resultados para recalcular riscos e criar legitimidade na cultura de cada organização educacional, trabalhando com prognósticos e não por urgência.  

A tecnologia, portanto, não é o futuro, ela é o presente. E, desse momento atual, as escolas tirarão alguns legados importantes. O ensino híbrido, por exemplo, sairá cada vez mais fortalecido, uma vez que os professores foram despertados para o poder da tecnologia como aliada para transformar seus alunos, expostos ao consumo imediato das mais variadas formas de conteúdo, streams, vídeos, aplicativos, etc, e que devem continuar mesmo após a retomada das aulas presenciais. 

Confira o episódio completo do SAS Cast – “Crise ou oportunidade: vamos falar de ferramentas digitais na escola, no Soundcloud ou no Spotify.  

Conheça melhor as iniciativas de tecnologia educacional do SAS, e o que podemos fazer para ajudar a sua escola a alcançar, cada vez mais, uma Educação de Excelência. Saiba mais!