Atualizado em 7 de março | 2022 por
Dentre as diferentes linhas pedagógicas que existem, com qual a sua escola se identifica e está alinhada? Ter isso claro é importante para que a instituição tenha coerência no processo de ensino e aprendizagem.
Ademais, esse é um fator relevante para a maior parte dos pais. Tanto que, em alguns casos, pode se tornar decisivo na hora de escolher em qual escola eles desejam matricular seus filhos.
Diante de tal cenário, você, enquanto gestor, precisa conhecer bem diversas linhas pedagógicas. Pois, a partir daí, poderá escolher aquela que melhor se encaixa dentro do local onde atua, levando em conta valores, objetivos, visão de mundo e etc.
No artigo de hoje, vamos apresentar os sete principais tipos de pedagogia que são utilizados na educação. Em seguida, daremos dicas de como você pode escolher, dentre as linhas pedagógicas, a que é ideal para a sua escola. Acompanhe!
Afinal, o que são linhas pedagógicas?
De maneira objetiva, linhas pedagógicas são modelos que guiam o processo de ensino e aprendizagem de uma escola.
Essas linhas pedagógicas servem de base para a criação dos planos de aula, definição dos métodos de avaliação e dos currículos de cada série, assim como para os tipos de projetos que serão trabalhados com os alunos.
Atualmente, existem dezenas de linhas pedagógicas, ou tipos de pedagogia, que as instituições educacionais podem seguir. Cada uma delas dá ênfase em aspectos específicos do processo de ensino e encara o desenvolvimento do aluno e sua relação com os professores sob determinado ponto de vista.
Porém, é importante ter em mente que todas as linhas pedagógicas evoluem ao longo do tempo, ganhando novos aspectos. Portanto, gestores, coordenadores e corpo docente precisam atualizar-se de modo regular para acompanhar essas mudanças.
Quais as principais linhas pedagógicas?
Apesar da variedade, algumas linhas pedagógicas são mais conhecidas e utilizadas do que outras. Aqui selecionamos as sete principais.
1. Tradicional.
Como o nome sugere, o tipo de pedagogia tradicional é o mais comum dentro das escolas. Ela surgiu no século XVIII e tem como foco a memorização de conteúdos pelo aluno.
Aqui o professor apresenta os assuntos de forma expositiva e passa exercícios de fixação dos temas. Em geral, o estudante não tem muito poder de voz e age de forma mais passiva. Ainda é bastante utilizada para o vestibular, mas o conceito tradicional vem caindo cada vez mais em desuso. Afinal, um dos aspectos fortemente cobrados pela BNCC é o protagonismo do estudante.
2. Construtivista
O objetivo da linha construtivista é exatamente o oposto da tradicional, pois estimula a autonomia das crianças. Neste caso, o professor age como mediador do conhecimento, e os alunos são incentivados a formular hipóteses e resolver problemas para adquirir novas informações.
Este modelo foi criado pelo filósofo Jean Piaget durante o século XX.
3. Waldorf
O método Waldorf trabalha o desenvolvimento do estudante de forma integral. Isso significa que os currículos são flexíveis e trazem muitos conteúdos ligados às artes, à filosofia e à expressão corporal, além dos componentes tradicionais (matemática, português, história, geografia etc.).
Um grande diferencial desse tipo de pedagogia é que ela é organizada em três grandes ciclos:
- 0 aos 7 anos;
- 7 aos 14 anos;
- 14 aos 21 anos.
Em cada um desses períodos, o aluno é conduzido por um tutor, que acompanha seu desenvolvimento e faz anotações sobre o progresso realizado. Aqui não há provas ou testes tradicionais.
O método foi criado por um filósofo austríaco chamado Rudolf Steiner, no ano de 1919.
4. Comportamentalista
A linha comportamentalista é focada, como o nome indica, no comportamento do aluno. Para isso, o professor atua com total controle da classe e segue processos e técnicas específicas para instrução.
O processo educativo, neste caso, utiliza bastante o sistema de estímulo e recompensa. Sendo assim, a criança ou o adolescente é informado dos objetivos que precisa atingir e, caso o alcance, recebe algum tipo de premiação.
No método comportamentalista, as provas são muito importantes para a mensuração de resultados. Porém, também é papel do professor fornecer feedbacks constantes para o aluno, de modo que ele entenda o que precisa fazer para atingir os objetivos propostos. Em geral, esta linha pedagógica é muito usada quando a instituição deseja moldar certos comportamentos nos indivíduos, levando em conta necessidades sociais.
5. Democrática
Dentro da pedagogia democrática há uma grande valorização dos conceitos de liberdade e igualdade. Sendo assim, não há relações de autoridade entre aluno e professor.
Além disso, as crianças e os adolescentes podem escolher a forma como desejam aprender. Isso significa que eles têm o direito de montar a própria grade curricular, de acordo com os conteúdos que despertam seu interesse.
Desse modo, não há carga horária obrigatória a ser seguida, nem avaliações por meio de provas. Tudo é construído com base no diálogo, em um processo democrático e com o desenvolvimento de projetos.
O método democrático foi implementado pelo escocês Alexander Sutherland Neill. Em 1921, ele o colocou em prática na Summerhill School, instituição localizada na Inglaterra.
6. Freiriana
A linha pedagógica freiriana segue as teorias de Paulo Freire e surgiu na década de 1960.
De acordo com ela, os conhecimentos prévios dos estudantes (baseados em experiências de vida, auto aprendizagem etc.) precisam ser valorizados pelo corpo docente. Afinal, essa é uma forma de respeitar a individualidade dos estudantes, contribuindo para o desenvolvimento de autonomia e senso crítico.
Aqui o foco é formar cidadãos conscientes, capazes de agir para mudar o mundo. Portanto, todo o processo educativo é baseado na escuta ativa, na tolerância, no respeito, no bom senso, na humildade e na curiosidade.
7. Montessoriana
A pedagogia montessoriana surgiu na Itália, com base nas ideias da médica Maria Montessori.
Neste tipo de método, os alunos estão no centro da construção do conhecimento. Eles aprendem por meio da experiência prática e da observação, sempre de forma autônoma.
Desse modo, o professor atua como guia. Ele deve proporcionar um ambiente rico em estímulos, com elementos variados dentro da sala de aula. Assim, o próprio estudante escolhe com o que deseja interagir a cada dia.
Aqui não há métodos de avaliação específicos. Isso significa que o professor pode trabalhar com provas tradicionais, projetos ou mesmo avaliar o desempenho do estudante ao longo das aulas.
Contudo, é importante ter em mente que, apesar da liberdade, as crianças precisam cumprir alguns módulos obrigatórios para passarem de série.
A escola que utiliza a metodologia montessoriana deve ter turmas pequenas, com no máximo 20 alunos. Assim, é possível acompanhar melhor a evolução de cada um deles.
Qual a importância de se alinhar a uma linha pedagógica?
Dentre as linhas pedagógicas, a que a escola utiliza serve de norte para o desenvolvimento de todo o trabalho educacional. É nela que professores, coordenadores e os próprios gestores baseiam-se para realizar as atividades de ensino e aprendizagem.
Isso dá um senso de unidade para a instituição e a ajuda na construção de sua própria cultura e identidade.
O ideal é que você escolha apenas uma linha para seguir. Todavia, dependendo da situação, é possível ter um método central e aproveitar elementos que considere relevantes de outros modelos. Apenas tenha cuidado para fazer com que todos os conceitos conversem entre si, de modo a manter a coerência e a qualidade do processo de ensino.
Dicas para escolher sua linha pedagógica com eficiência
Agora você já conhece as principais linhas pedagógicas adotadas pelas escolas nos dias de hoje. Como deu para perceber, cada uma delas possui características próprias.
Algumas colocam o aluno no centro da construção do conhecimento, outras determinam que o professor deve ser a autoridade máxima dentro da sala de aula.
Escolher o melhor método para a instituição na qual você atua, pode gerar muitas dúvidas. Sendo assim, antes de tomar uma decisão, é necessário avaliar alguns pontos específicos.
Aqui selecionamos quatro dicas para ajudá-lo a escolher, dentre as linhas pedagógicas, de forma mais consciente.
Entenda quem é o seu público
Conhecer o perfil dos seus alunos e entender o que os pais deles esperam de uma instituição de ensino, é importante para definir o tipo de pedagogia da escola. Afinal, cada modelo tem pontos fortes específicos, que podem agradar um grupo, mas desagradar outro.
Então, conheça a sua realidade e pondere sobre o que se adapta melhor a ela.
Leve em conta o Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola
Dentre as linhas pedagógicas, a adotada precisa estar de acordo com o PPP da escola. Do contrário, você terá ações desconectadas e problemas recorrentes, pois não haverá unidade dentro do processo educacional.
Você pode até mudar o PPP para que ele se adapte a uma linha pedagógica, porém isso é muito mais complicado, já que irá afetar a instituição como um todo.
Converse com os professores e coordenadores pedagógicos
Os professores e os coordenadores são os principais envolvidos com a área pedagógica. Portanto, nada mais lógico do que ouvir a opinião deles sobre o método que será utilizado dentro da instituição.
Faça reuniões e escute as ideias apresentadas, as objeções e a motivação do time para trabalhar com determinada linha. Converse sobre as dificuldades que podem surgir e como vocês poderão solucioná-las.
Avalie quais são os objetivos da instituição
Como já mencionamos, a escolha de uma dentre tantas linhas pedagógicas afeta a identidade da escola e seu posicionamento dentro do mercado.
Além do mais, cada método traz vantagens próprias (alguns valorizam a criatividade, outros focam em testes para o vestibular, existem aqueles que dão ênfase na experiência prática etc.). E isso gera resultados diferentes na formação do estudante.
Dessa maneira, você deve saber quais resultados está buscando e se a linha que deseja utilizar vai ajudá-lo a atingir esses objetivos.
O SAS Plataforma de Educação está ao seu lado nesse processo de escolha. Temos consultores especializados para tirar dúvidas e oferecer toda a orientação que os gestores precisarem no que se refere às linhas pedagógicas.
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