Atualizado em 1 de junho | 2021 por SAS Educação

Foi na década de 1980 que o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) começou a ser alvo de estudos com objetivo de identificar seus sintomas e causas.

Nesse período, o TDAH na escola foi um dos principais objetos de pesquisas, trazendo à tona as angústias de educadores, gestores e pais frente a um assunto que ainda necessita mais informação.

Precisa também ser melhor debatido e incluído na formação dos professores, no intuito de orientá-los sobre como intervir pedagogicamente com estudantes portadores desse transtorno.

Mas, afinal, o que é e como identificar o TDAH na escola? Como se dá o diagnóstico e como funciona o tratamento? Qual o papel de gestores e professores frente aos alunos com esse transtorno? Quais recursos pedagógicos utilizar?

Se essas também são suas dúvidas, acompanhe esse artigo e entenda como lidar melhor com o aluno portador de TDAH e quais são os melhores métodos de aprendizagem na atualidade.

Vamos lá?

O que é TDAH?

O TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) é um assunto bastante discutido dentro dos ambientes educacionais atualmente. Porém, por ser algo relativamente novo, ainda precisa ter suas informações melhor difundidas entre os interessados em geral, seja a comunidade escolar ou os pais.

Em linhas gerais, esse transtorno é causado por uma desordem neuronal e, segundo especialistas, tem origem genética. As principais características são:

  • Falta de concentração e atenção;
  • Hiperatividade e impulsividade.

Esses sintomas levam uma desorganização do sistema cerebral comprometendo o desenvolvimento.

O TDAH na escola pode prosseguir acompanhando o sujeito até a vida adulta, trazendo problemas de ordens variadas caso não seja diagnosticado e tratado, tais como: dificuldades no pleno desenvolvimento físico, cognitivo, emocional e no convívio social, gerando prejuízos entre estas áreas.

Segundo pesquisa, o índice de prevalência na idade escolar (infância e adolescência), é estipulado que seja em torno de 3% a 7%, considerado um percentual elevado, e  30% a 60% das crianças com TDAH permanecerão com o transtorno quando atingirem a maturidade.

TDAH na escola: como identificar?

O diagnóstico do TDAH pode ser feito bem cedo e os principais sintomas são observados no comportamento do aluno na escola

É possível, para gestores e educadores, identificar  alunos que apresentam o TDAH através da observação de alguns comportamentos. Conforme exposto acima, as características do aluno portador de TDAH se manifestam através de comportamentos que se destacam entre os demais colegas.

Basicamente, há três diferentes grupos, conforme apontado pelos autores Rohde e Mattos. São eles:

TDAH Tipo Desatento

É marcado pela desatenção excessiva, dificuldade para se concentrar em palestras, aulas e livros (muitas vezes não consegue finalizar uma leitura), aparenta não ouvir quando lhe dirigem a palavra, perde objetos diversos, não finaliza as tarefas escolares, se distrai fácil, evita constante esforço mental.

TDAH Tipo Hiperativo-Impulsivo

Caracterizado pela agitação, hiperatividade e impulsividade. O aluno com essa característica perturba o ambiente da sala de aula pois não consegue controlar seu comportamento, bem como seus impulsos. Pode ainda apresentar intolerância a erros, conversar muito e ser explosivo.

TDAH Tipo Misto

Constituído pela junção do TDAH desatento e hiperativo-impulsivo. A pessoa pode apresentar características de ambos, porém, em idade escolar, a tendência é mostrar mais hiperatividade e com o passar do tempo ter a distração como principal traço característica.

Diagnóstico e Tratamento

Mesmo que o TDAH na escola seja mais evidente e de fácil evolução para diagnóstico, não é a equipe docente ou de gestão quem irá afirmar que o aluno é realmente portador de TDAH.

São os apontamentos feitos via observações em sala de aula que serão fundamentais para conversar com a família e esta, por sua vez, encaminhar este aluno para um médico especialista.

Para que seja confirmado o diagnóstico, os sintomas devem se manifestar em ao menos dois locais e em diferentes contextos, por exemplo, na escola e no lar. No ambiente escolar são acentuadas a desatenção e a inquietude. No lar, a dificuldade no relacionamento com os familiares é uma das características do transtorno.

O tratamento do TDAH é avaliado conforme os sintomas e as características apresentadas, variando de pessoa para pessoa, pois cada característica irá determinar quais recursos serão utilizados para tratamento, podendo este ser atravésde medicação e/ou psicoterapia.

O papel dos gestores e professores com alunos com TDAH

Identificar o TDAH na escola e agir de forma coerente diante disso é importante para a relação entre família, pais e aluno

A falta de informações sobre o TDAH ainda é um grande fator que não contribui para um olhar mais preciso sobre os alunos portadores deste transtorno.

O TDAH na escola ainda é fonte de estudo, debates e muita preocupação por parte de pais, professores e gestores. Dar suporte a este estudante, procurando auxiliá-lo no seu desenvolvimento, parece tarefa difícil, mas com a união do corpo docente e familiares, isso pode ser feito da melhor forma.

Gestores

Tendo em vista a atuação dos gestores, é importante dar andamento em algumas ações. Por exemplo, o professor deve trabalhar, preferencialmente, com turmas reduzidas e monitores de apoio.

Nesse sentido, os gestores devem guiar seu corpo docente a serem observadores e atenciosos: o diagnóstico precoce é fundamental para auxiliar o aluno, prevenindo problemas futuros maiores, além de evitar prejuízos para sua aprendizagem.

Professores

Para os professores, o ensino direcionado para um estudante com TDAH exige uma porção de paciência e criatividade, ao mesmo tempo que precisam ser estabelecidos limites e regras claras, sempre com afetividade.

O suporte da equipe de gestão é imprescindível para que o trabalho multidisciplinar tenha avanços satisfatórios e atinja seus objetivos com este estudante.

Lidar com o TDAH na escola é uma tarefa um tanto desafiadora. No entanto, com professores bem informados e com suporte pedagógico para efetuar as melhores intervenções com esses alunos, o desafio se torna mais brando e motivador.

Professores e Gestores

A desinformação ainda é grande entre as famílias, porém, quando os professores e gestores notam características do TDAH na escola, devem orientar os responsáveis para conduzir este aluno para um diagnóstico médico e tratamento especializado.

Ainda, a relação entre escola e famílias é um dos pilares para a evolução no tratamento e a comunicação entre ambas deve ser constante para, inclusive, informar sempre a situação atual do aluno ao médico(a) e psicóloga(o) ou psicopedagoga(o).

Gestores e professores participam do processo aplicando, junto aos estudantes portadores do transtorno, atividades que viabilizem a construção dos conteúdos presentes no currículo, bem como medidas distintas no momento de aplicação das avaliações. 

Estratégias para desenvolver o aluno com TDAH

O desempenho do aluno com TDAH na escola é oscilante. Em alguns momentos, apresenta um rendimento bom, mais focado e participativo, em outros, realmente não consegue construir os conhecimentos ministrados em sala de aula.

Dentro deste universo, a intervenção pedagógica é o alicerce que irá trazer ao aluno o desenvolvimento necessário. Para isso, algumas possíveis ações podem ser tomadas:

Faça o aluno com TDAH se sentir parte da turma

Integrar o portador de TDAH ao grupo é parte importante para que ele se sinta acolhido e, ao mesmo tempo, fortaleça as amizades.

Fazer atividades em duplas, solicitando que questionem a tarefa ou assunto entre si e depois compartilhar com a turma, é uma forma muito boa de integração.

Ofereça atendimento psicopedagógico

Este recurso estimula o aluno a se organizar através da sua rotina, seja dentro ou fora da escola.

Algumas intervenções podem engrandecer ainda mais essa estratégia, como:

  • auxiliar o estudante a utilizar uma agenda;
  • fazer levantamento das disciplinas que ele apresente maior dificuldade focando assim no reforço destas;
  • estabelecer uma rotina organizando as variadas tarefas cotidianas, como: lazer, refeições, hora de estudo, etc.

Com a ajuda da família, a intervenção psicopedagógica tende a ser muito benéfica entre os pontos de intervenção levantados acima.

Traga atividades criativas

Mude o ambiente da aula para atividades externas. É possível também fazer testes orais, atividades de mistério onde se esconda um objeto, usar tecnologias, trabalhar interdisciplinarmente, entre outras opções.

Modificações no ambiente

Colocar os portadores de TDAH sempre voltados para o quadro e de preferência nas primeiras fileiras, mesmo quando sentados em grupos, facilita o foco e atenção.

Observe também os fatores distratores dentro da sala de aula, como caixas, armários, objetos, enfim, quaisquer materiais que o possam distrair. É possível definir o assento desses alunos longe de portas e janelas e, se viável, reduzir o número de alunos em sala – como já abordado.

Os gestores e professores têm procurado mais informações e recursos para buscar os melhores métodos de lidar com o TDAH na escola, de forma afetiva e efetiva.

Tendo em vista o percentual expressivo de alunos portadores do transtorno, o compromisso de oferecer estratégias pedagógicas condizentes e que realmente o auxiliem no seu desenvolvimento, deve ser uma realidade presente nas escolas.

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