Atualizado em 29 de setembro | 2021 por
Especialistas se reúnem em mais um episódio do SAS Cast, para entender como funciona um processo de sucessão familiar dentro do contexto escolar, assim como estratégias que ajudam a contornar seus possíveis conflitos e desafios.
Falar sobre sucessão familiar dentro de uma empresa é sempre um assunto complexo e difícil, principalmente, no âmbito das famílias, uma vez que muito ainda se associa o planejamento desta passagem de bastão com o falecimento de algum ente querido. Entretanto, planejar esse processo com antecedência pode auxiliar a preservação do patrimônio da instituição e evitar futuros conflitos familiares.
Para aprofundar o tema, a diretora do departamento Jurídico do SAS, Mariana Pacini, conduziu uma conversa com Gabriel Alves, Co-fundador e CEO do Colégio Rede Decisão, juntamente com Ilo Marques, advogado e sócio-especialista em processos de Sucessão Empresarial. Durante o bate-papo, disponível na íntegra no canal do SAS Cast da sua plataforma de streaming, os especialistas comentaram sobre os principais tópicos referentes ao processo de sucessão familiar, dentro do contexto escolar.
O que é um planejamento de sucessão familiar?
Antes de falar especificamente sobre a sucessão, é importante entender como funciona uma empresa familiar.
Uma empresa familiar é dividida em 3 esferas:
- Família: envolve as relações familiares e de parentesco, influenciando diretamente no andamento da escola;
- Gestão: referente à condução operacional dos negócios da família;
- Patrimonial: corresponde ao patrimônio que a família possui.
O planejamento de sucessão familiar pode envolver uma ou todas as esferas supracitadas variando de acordo com os interesses e desejos da família.
Focando na esfera de Gestão, o planejamento vai envolver a criação de governança corporativa, a preparação dos herdeiros e das pessoas que precisam passar o bastão. Esse processo exige tempo e cuidado para ser feito com qualidade. Nesse sentido Ilo ressalta a importância de pensar se planejar com antecedência, para que a família não seja pega de surpresa.
Por que as escolas deveriam realizar este processo? O que motivou a Rede Decisão a pensar nesse nível de planejamento?
Gabriel conta que, principalmente para as escolas, garantir um bom processo de sucessão é continuar o legado de impacto na educação mesmo que o atual sócio ou mantenedor não esteja mais no dia a dia.
Para a Rede Decisão, o processo se iniciou a partir da vontade do pai de Gabriel, que se preocupava com o futuro da escola e queria evitar quaisquer discussões familiares entorno do assunto. A família percebeu que organizar com antecedência permitiria uma melhor tomada de decisão, visto que tudo seria feito com calma e cuidado.
Quais são os pontos mais importantes do processo e quem são as pessoas envolvidas?
Segundo Ilo, o principal aspecto que garante um bom processo de sucessão familiar é agir com antecedência, quando a empresa ainda está fluindo bem e quando há uma harmonia entre os membros da família. Entretanto, isso não é uma realidade para a maioria das empresas familiares, que, normalmente, iniciam o planejamento sucessório diante de um problema, como doença, questões financeiras, brigas familiares, falecimento, entre outros.
Para iniciar o planejamento, é importante que a família recorra à um profissional especializado na área, pois não é um processo simples e que pode ser endereçado de diferentes formas, visto que cada caso possui suas particularidades.
Além disso, a família precisa pensar em quais são seus objetivos com o planejamento de sucessão familiar: Quem vai assumir após a passada do bastão? Como preparar essa pessoa? E pensar, também, nos “e se”, visando a preparação para lidar com certos acontecimentos possíveis, tais como: divórcio, doença ou falecimento.
Como foi o processo de sucessão no Colégio Rede Decisão? Quais foram os principais desafios enfrentados?
Para Gabriel, a primeira etapa é a mais difícil, justamente por ser o momento de decidir o que a família deseja e quem é o familiar ideal para assumir a sucessão. Ele conta que, nesse momento, é preciso ser muito empático e ter muita paciência, pois fala-se do sonho de alguém que levou anos para ser construído. Porém, apesar de ser um processo dolorido e difícil, é um ciclo necessário, visto que garante maior segurança no futuro.
Depois de decidido, o processo torna-se mais fácil, pois, de acordo com ele, o que gera as ansiedades e angústias é justamente não ter uma definição clara do vai acontecer.
Gabriel finaliza contando como o processo foi bom para a família, visto que os conflitos foram evitados, e que a escola conseguiu focar suas energias nas coisas certas.
Quais são os riscos de uma sucessão familiar mal–sucedida e quais os benefícios de realizar esse processo?
Ilo comenta que o grande benefício é a previsibilidade e controle. As famílias costumam deixar para fazer esse planejamento em momentos de grande estresse, o que acaba complicando e dificultando o processo como um todo. Nesses momentos, a família acaba precisando lidar com essas situações sem preparo prévio e de forma rápida.
Existem vários estudos que mostram como é difícil o patrimônio de uma empresa passar para as próximas gerações. Um dos grandes fatores que causam essa destruição de patrimônio é a falta de planejamento, que mantém os herdeiros despreparados para lidar com essas questões, resultado em conflitos ainda maiores a longo prazo. Ou seja, se planejar com antecedência resolve ou ameniza essas situações e evita a destruição do patrimônio construído.
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