Atualizado em 29 de setembro | 2021 por SAS

Em mais um episódio do SAS Cast, nosso gerente executivo de Consultoria de Gestão, Lucas Faleiros, recebe Eugênio Cordaro e Fernando Barão, da consultoria Corus, para debater os impactos financeiros durante a quarentena e as estratégias que podem ajudar as escolas na reorganização da gestão financeira. 

Toda crise é uma oportunidade para enxergarmos de maneira mais precisa a realidade. Com as fichas caindo, ampliar nossa visão é importante para nos tornarmos resilientes quando outros momentos difíceis chegarem. 

O momento atual desafia certezas individuais, comunitárias e humanas. Uma revisão de muitas práticas de gestão emerge, não só no campo financeiro, mas de todas as forças que influenciam a sustentabilidade de nossas escolas e comunidades envolvidas. Como dar conta do que precisamos fazer agora, e, ainda, como ampliar nossa visão e aprender com o que está acontecendo? Diante desta realidade complexa, ampliar a consciência coletiva e sistêmica é fator essencial. Mais do que nunca é possível perceber o impacto de nossas ações individuais nas vidas de outras pessoas e, também, no planeta. 

Procurar boas referências externas para benchmarking são uma boa forma de identificar as melhores práticas e não se deixar levar por ações alarmistas, em tempos de incertezas e transformações. Por isso, para nós do SAS é tão importante compartilharmos conteúdos que podem auxiliar gestores escolares em suas tomadas de decisão. E se existe um tema que tem estado no centro das discussões ultimamente, nos mais diversos setores, é gestão financeira.  

Para explorar o assunto, trazendo-o para a perspectiva das instituições escolares, o gerente executivo de Consultoria de Gestão aqui do SAS, Lucas Faleiros, recebeu dois consultores da consultoria escolar Corus, Eugênio Cordaro e Fernando Barão, para mais um bate-papo do SAS Cast, dessa vez, sobre os impactos financeiros durante a quarentena e as estratégias que podem ajudar as escolas na reorganização da gestão de custos. 

De acordo com os especialistas, não existe “receita de bolo” para o que vivemos hoje, que eles mesmos apontaram como o “mais desafiador de todos os desafios” já enfrentados nos últimos anos. Porém, é possível sim apontar alguns caminhos e boas práticas que podem auxiliar as escolas a contornar os efeitos dessa crise.  

São eles: 

  1. Investir em um comitê de crise: 

Isso vale para toda e qualquer instituição. Comitês de crise são fundamentais, uma vez que ajudam gestores a acompanharem todos os indicadores (percentual de satisfação/ insatisfação, inadimplência, evasão, pedidos de descontos, etc), que precisam ser monitorados constantemente, a fim de facilitar as tomadas de decisão. 

  1. Manter boas fontes de informação: 

Em tempos de transformação, ter acesso à informações precisas, contando com bons assessores, é muito importante. As escolas precisam se manter atualizadas, quase em tempo real, sobre aspectos não só financeiros, mas também sobre legislação, tributação e questões trabalhistas, que mudam rapidamente e que têm impacto direto sobre a gestão financeira e escolar como um todo. 

  1. Evitar decisões intempestivas: 

É preciso manter a calma e evitar a tentação de tomar medidas inesperadas. Para isso, compartilhar o problema com pessoas de confiança e que estejam alheias ao ambiente escolar pode ser uma boa saída. Normalmente, a visão de quem está de fora complementa a visão de quem está inserido na crise, proporcionando decisões mais prudentes e ponderadas.  

  1. Ter em mente a realidade da sua escola: 

O Brasil é um país continental, e cada região traz aspectos e contextos muito específicos que precisam ser considerados durante as tomadas de decisão. Em relação ao coronavírus, por exemplo, cada região do país está em um estágio muito particular, que não pode ser ignorado. Além disso, cada escola possui suas particularidades em seu ambiente de negócios, seja no que diz respeito às preferências da clientela, seja na forma como a própria escola lida com seus clientes. Tudo isso conta e serve como termômetro, para que as decisões sejam consideradas caso a caso, sempre prezando pela manutenção dos valores e propósitos de cada instituição. 

  1. Ter em mãos um estudo sobre as despesas não essenciais: 

Equilibrar inadimplência, descontos, comunicação com funcionários e clientes e um bom projeto pedagógico temporariamente remoto é tarefa árdua e que implica em custos. Nesse contexto, a escola precisa reprogramar suas despesas fixas e variáveis, sem minimizar despesas autoajustáveis. Despesas não essenciais, como publicidade, eventos, cursos, eventos, treinamentos, aluguel, precisam ser revistos antes mesmo do advento de uma crise para uma boa gestão financeira. 

  1. Conhecer linhas de crédito emergenciais: 

Com a crise, a prioridade do governo com relação às escolas passou a ser a proteção do fluxo de caixa da escola. Isso, independentemente da situação de rentabilidade ou de endividamento. Por isso, disponibilizou algumas ferramentas de postergação de tributos que devem ser utilizadas por todas as escolas, mesmo por aquelas que possuam receitas guardadas ou que estejam com uma boa projeção do fluxo de caixa. Ou seja, as escolas devem utilizar todas as oportunidades e recursos oferecidos pelo governo com redução de empréstimo compulsório, com linhas altamente subsidiadas, principalmente para com a folha de pagamento com taxas de juros reduzidas, que podem prevenir uma crise de liquidez futura.  

“A regra do jogo: utilizem todas as facilidades que estão sendo oferecidas. Não joguem de salto alto, aproveitem tudo. Na pior das hipóteses, se tudo melhorar, você quita tudo isso antecipadamente. Esses recursos ajudam a ter custo muito mais baixo e dão mais equilíbrio para as escolas, para que estas possam tomar decisões.” (Fernando Barão) 

  1. Criar parcerias com os pais de alunos: 

O momento atual tem atingido os bolsos de milhares de brasileiros, entre eles, muitos pais de alunos. Diante disso, as escolas precisam formar parcerias com esses pais, favorecendo condições de pagamento acessíveis (descontos e prorrogação de vencimentos de mensalidade, por exemplo). Descontos coletivos não resolvem o problema de pais que estão com mais dificuldade financeira e, não necessariamente, agrada a todos. É preciso, portanto, fazer escutas individuais com as famílias, para buscar soluções mais assertivas e que ajudem os pais mais desamparados nesse momento. 

Mesmo com todas essas dicas de gestão financeira, os especialistas alertam que o lucro das escolas deve ser sim menor do que o ano passado. Porém, ressaltam que é preciso ter esperança e acreditar que, ao final dessa crise, as atividades escolares serão retomadas muito mais rapidamente do que muitos setores, em função da própria natureza da Educação. “Agora, o momento pede que fiquemos felizes de conseguirmos manter nossos negócios caminhando. O importante é sobreviver. A pandemia vai passar, e passada a crise, o setor da Educação é um dos mais necessários. Caminhemos juntos”, finalizam. 

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