Atualizado em 29 de setembro | 2020 por SAS

Escolas de todo o Brasil estão se preparando para retomar suas atividades presenciais, interrompidas há cerca de quatro meses, em virtude da pandemia do novo coronavírus. E, quando se trata de Educação Infantil, os cuidados com esse novo modelo de escola presencial precisam ser redobrados para garantir a segurança e bem-estar dos alunos e corpo docente. 

Frente ao cenário de pandemia, muitas escolas de diversas regiões do país começam a considerar a possibilidade de retomada das atividades presenciais em um futuro próximo. Alguns estados, inclusive, já se pronunciaram, disponibilizando datas e orientações para o retorno. Enquanto isso, as instituições de ensino se dedicam na análise e adoção de medidas para garantir uma retomada segura para todas as faixas etárias, desde a Educação Infantil, até o Ensino Médio.  

Vários países, como a China, Dinamarca, Coreia do Sul, França, Inglaterra, Finlândia e Portugal, já iniciaram as retomadas de forma gradual e com diversos cuidados sanitários. As experiências desses países, considerando as diferentes realidades e estruturas de cada um, nos ajudam a pensar em estratégias e quais seriam as boas práticas para tornar isso possível sem comprometer a segurança dos estudantes e colaboradores.  

Ao focarmos na Educação Infantil, precisamos garantir uma série de iniciativas em múltiplas dimensões, assegurando um olhar sensível com relação às especificidades da faixa etária, que necessita uma maior interação e mediação por parte do professor.  

Para a volta às aulas dos nossos pequenos, é imprescindível a criação de um protocolo de segurança, com foco na higiene e distanciamento social. Quando se trata dessa faixa etária, a atenção deve ser redobrada. Nesse sentido, algumas estratégias são recomendadas: 

  • Priorização do uso de espaços ao ar livre para as atividades pedagógicas; 
  • Criação de kits individuais contendo materiais para atividades manuais, brinquedos e produtos de higiene pessoal podem contribuir para garantir a segurança dos alunos; 
  • Oferecer uma maior rotina de higienização das áreas comuns; 
  • Realizar a adequação dos espaços físicos de acordo com o número de alunos por sala; 
  • Exigir o uso contínuo de máscaras faciais em toda as dependências da unidade de ensino. 

Entretanto, não podemos esquecer que nossas crianças continuam sendo crianças, e que Educação Infantil é a fase da afetividade e das interações. Dessa forma, simples gestos, como o levar a mão à boca, usar chupetas, dar abraços e pedir o colo dos professores, são comuns à essa faixa etária. Sendo assim, que tal começarmos um trabalho de conscientização e adaptação a uma nova forma de interagir, agora?  

Confira algumas dicas: 

  1. Construa um plano de readaptação, compartilhando com as famílias estratégias para auxiliarem os alunos no processo de transição.  
  1. Estimulem conversas com as crianças para entender como elas estão e o que estão sentindo.  
  1. Oriente a como falar do cenário para que compreendam o que está acontecendo, abordando temas relacionados aos hábitos de higiene e para que construam uma rotina de higienização das mãos reforçando a sua importância.  
  1. Sugira atividades como a utilização de máscaras em casa em um período do dia, assim, as crianças vão se acostumando dia após dia com o seu uso.  

Outro ponto de destaque é o olhar cuidadoso para a replanejamento pedagógico. O foco do nosso currículo será nas aprendizagens essenciais, garantindo os direitos de aprendizagem,  tendo como orientadora a própria BNCC (Base Nacional Comum Curricular). Para isso, é muito importante realizar atividades de sondagem para identificar o que os alunos aprenderam no período de atividades não presenciais. Além disso, a criação de portfólios das atividades realizadas em casa ajudará os professores no acompanhamento de cada criança.  

No entanto, nas primeiras semanas de retomada, nosso olhar deverá se voltar para o currículo humano, focando na ressocialização da criança e em sua reconexão com o ambiente escolar, considerando, inclusive, o aspecto socioemocional dos alunos, das famílias, e dos professores, que certamente terão uma carga emocional envolvida no retorno. 

Em nosso planejamento escolar, podemos incluir ações que priorizem e intensifiquem o trabalho em torno da adaptabilidade, como: 

  • Convidar os alunos a se expressarem na construção de diários, nos quais sejam registradas e compartilhadas suas experiências e sentimentos nos primeiros dias de aula, valorizando o que cada criança pensa e sente.  
  • Promover momentos de conversa para ouvir as famílias em um processo de acompanhamento e orientação. É importante lembrar que, além dos impactos causados pelas mudanças exigidas em um momento de distanciamento social, muitas famílias podem ter sofrido com impactos ainda mais profundos, como a perda de entes queridos ou, até mesmo, com problemas financeiros.   

Sabemos que não será uma retomada de onde paramos, todos voltaremos diferentes de como éramos há quatro meses. Por isso mesmo, a principal preocupação deverá ser com o cuidado na criação de condições que garantam segurança às famílias no processo de retorno à escola, atendendo às necessidades de saúde e o acolhimento emocional dos alunos, assim como de um espaço para a reconstrução dos vínculos.  

Mesmo em meio a tantas mudanças, entendemos que a escola ainda é um lugar de socialização, sendo indissociável o nosso olhar para o cuidar e o educar, no qual o cuidado com o outro se faz presente no ato de educar.  

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*Este artigo é de autoria de Gleiciane Freire – Especialista Educacional no SAS Plataforma de Educação