Atualizado em 28 de setembro | 2020 por
Não é de hoje que escolas do mundo todo buscam estratégias para promover um desenvolvimento mais humanizado aos alunos do Ensino Médio, compreendendo seu projeto de vida. Neste segmento, ficam mais intensas as pressões sociais e internas para a escolha da carreira, necessitando que ele planeje seu futuro e comece a olhar para a sua independência.
Fazendo uma retrospectiva de gerações, podemos dizer que, para a Geração X, o sinônimo de sucesso profissional era buscar uma carreira sólida e promissora nas áreas mais tradicionais do mercado de trabalho. A linearidade e o comprometimento foram termos muito usados por essa geração. Consegue lembrar quantas pessoas completavam 20, 25 anos atuando na mesma empresa?
A Geração Y, por sua vez, é a geração conectada via internet e originada pelo impacto da globalização, que começou a transformar o mundo de forma mais rápida e intensa. Novas profissões surgiram no mercado, a ideia de uma carreira de sucesso já não estava mais relacionada a estar na mesma empresa por anos. O profissional também mudou, exigindo outros níveis de especialização e novas habilidades que o tornaram mais imediatista, analítico e questionador. Foi quando começamos a olhar com mais atenção para as tais habilidades relacionais, que já começavam a se destacar em diversos campos de atuação.
E, agora, o que busca a Geração Z?
Num cenário de hiperconexão e mudanças constantes, crianças e jovens da Geração Z já nascem com um grau de ansiedade e necessidade de personalização muito alto. São mais do que questionadores. São exigentes e extremamente dinâmicos, com habilidades que nem imaginávamos que idades tão pequenas teriam. Nesta geração, grande parte dos alunos já entendeu que o sinônimo de sucesso não está necessariamente ligado às profissões mais tradicionais e que eles têm escolha. A questão é: precisamos incentivá-los a saber fazer escolhas conscientes e que os levem a alcançar objetivos em comum.
Por isso, quando falamos de jornada socioemocional do estudante do Ensino Médio, precisamos discutir o seu projeto de vida, que, além de focar no seu desenvolvimento integral, prepara os alunos para conquistar seus objetivos, dialogando com o seu momento de vida e o momento da sociedade. Veja, então, 5 motivos para desenvolver projeto de vida na escola:
- Estimular o aluno a fazer escolhas
Durante todo o ciclo escolar, o estudante está acostumado a fazer poucas escolhas decisivas que impactam sua vida. A escola está toda preparada para recebê-lo, os horários já estão determinados, além dos conteúdos de estudo e datas comemorativas. Tudo isso é extremamente importante para desenvolver senso de rotina, organização, significação na aprendizagem. No entanto, quando chegamos ao Ensino Médio, a palavra “vestibular” começa a forçá-lo a escolher aquilo que ele nunca soube fazer. Dessa forma, ao desenvolver o projeto de vida, a escola estimula o aluno a compreender o impacto das suas escolhas; e até mesmo aqueles estudantes que não têm um objetivo bem definido no Ensino Médio terão a possibilidade de traçá-lo de forma mais consciente.
- Promover o autoconhecimento e propósito
Ao longo de vários momentos da escola, desenvolvemos valores com as crianças, olhando para a atuação ética na sociedade, uma postura mais cidadã e empática, além de protagonismo. Mas, quando chegamos ao Ensino Médio, ficam muito latentes os questionamentos referentes ao sentido da existência. Por isso, ao desenvolver um projeto de vida, a escola passa a apoiar o aluno a ter autoconsciência e a perceber qual é seu papel no mundo, aproximando esse jovem do adulto que deseja se tornar.
- Reconhecer a importância da relação com o outro
Num cenário de extrema individualização, é comum que o jovem comece a se distanciar dos objetivos em comum e vá deixando de lado as escolhas coletivas. Por isso, é importante desenvolver ações que auxiliem esse aluno a perceber a importância da relação com o outro no seu desenvolvimento, para que ele reconheça o seu impacto social hoje e amanhã.
- Gerenciar as incertezas do futuro
Como tudo acontece muito rápido e o futuro vai se tornando cada vez mais incerto, é necessário que a escola saiba apoiar o aluno a entender que o projeto de vida não é uma etapa a ser cumprida, mas, sim, um percurso que o acompanhará em toda sua jornada, desenvolvendo a sua inteligência emocional para se tornar mais flexível e menos rígido com as frustrações, o que é essencial para esse mundo extremamente volátil e complexo.
- Transformar sonhos em realidade
Um dos grandes ganhos do projeto de vida é o olhar humanizado para os sonhos. Com um universo de opções que esse novo século nos trouxe, a proposta de carreira e sucesso pode ser construída com base no propósito de vida. Assim, a escola deve ser uma grande aliada com ações que apoiem os estudantes a vislumbrarem possibilidades e a transformarem os sonhos em objetivos factíveis, traçando planos para alcançá-los.
Existem diversos outros motivos para que o projeto de vida seja desenvolvido no dia a dia da escola. Mas, mais importante do que isso, é saber que ela pode – e deve – contar com o apoio da família. A transformação de um cidadão que se reconhece, reconhece seu impacto e tem tomadas de decisões mais assertivas começa em casa, e a escola acolhe essa juventude, promovendo uma aprendizagem sólida e significativa, que olha para esse ser humano integralmente.
Diante da evidente importância do desenvolvimento de habilidades socioemocionais para o alcance de objetivos pessoais e profissionais dos alunos do Ensino Médio, o SAS Plataforma de Educação e o Programa Pleno anunciaram, recentemente, parceria para o lançamento do PROJET, uma solução digital e interativa para o projeto de vida dos alunos na prática. Todo o projeto foi desenvolvido com base na diretriz de número 6 da Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
A solução tem como objetivo contribuir para a inserção social e atuação ética dos jovens na sociedade e, para isso, proporciona uma jornada pedagógica, iniciada com o acolhimento do aluno e estruturada a partir de quatro blocos pedagógicos: Propósito, Impacto, Escolha e Fazer Acontecer. Dentro de cada bloco, serão desenvolvidos três grandes eixos: “Eu comigo mesmo”, “Eu e o Mundo” e “Escolha Profissional”. A plataforma também disponibilizará um aplicativo para o engajamento dos alunos no processo.
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