Atualizado em 25 de outubro | 2021 por SAS Educação

No 7º episódio do PodCompartilhar, série especial do SAS Cast sobre Projeto de Vida, o psicólogo Henrique Angelo aborda como lidar com a diferença geracional entre pais e filhos.

No sétimo episódio do PodCompartilhar, série de podcasts do SAS Cast que funciona como um canal aberto de conversa com os familiares de nossos alunos para discutir o Projeto de Vida dos jovens, o psicólogo Henrique Angelo, especialista em aprendizagem e orientação parental, compartilha seus conhecimentos para enriquecer a atuação de pais e responsáveis quando o assunto é a diferença geracional entre pais e filhos. Confira os principais aspectos abordados neste episódio!

O uso da autoridade na diferença geracional

Na introdução do podcast, o psicólogo Henrique Angelo reproduz frases do tipo “ah, mas no meu tempo…”, evidenciando o quanto essa expressão indica um conflito entre gerações. Para abordar a origem das diferenças geracionais, ele discorre sobre como as noções morais são criadas desde a infância e, assim, as pessoas aprendem a agir de uma forma diferente da qual pensam, em prol da convivência social.

Existe um foco muito grande dos pais em ensinar aos filhos aquilo que é socialmente esperado, inclusive por ser o que aprenderam das gerações anteriores. De acordo com o psicólogo, o problema está em exigir um comportamento muitas vezes por meio de ameaças e punições, criando-se a clássica autoridade parental, uma distância que tem menos relação com diferenças de idade e mais com as práticas parentais comuns na nossa cultura.

Henrique relata que o problema da autoridade é que ela só funciona enquanto a figura de autoridade está presente. Por isso, as crianças se tornam mais eficazes em não mostrar diante dos pais os comportamentos que os mesmos recriminam. Muitas vezes, quando crescem, os adolescentes encontram outros que se sentem tão reprimidos quanto eles e, nesse cenário, a adolescência se caracteriza como um contra controle às práticas parentais: se irrita os pais, eles farão com mais frequência; se os pais começam a invadir seus espaços, eles encontram outro espaço.

A geração mais velha, preocupada com os comportamentos da geração mais nova, e com os perigos que realmente existem, tenta invadir cada vez mais a privacidade dos jovens. Estes, por sua vez, tentam encontrar formas mais sofisticadas de escapar do controle da geração anterior, criando uma cultura própria, que entra em choque com a cultura de seus pais. Não porque a cultura anterior é pior, mas, simplesmente, por causa dessas práticas parentais mais antiquadas.

O que contribui para a diferença geracional?

Aprofundando a explicação, o psicólogo elucida que, no início da vida, é muito mais fácil aprender novas habilidades. Quanto mais velhos ficamos, menos plasticidade cerebral temos, portanto, essa capacidade tende a diminuir ao longo do tempo, por razões biológicas e culturais. A nova geração aproveita esse fato para aprender coisas cada vez mais complexas e criar seus próprios espaços. E, hoje, esse espaço é virtual. Quantas crianças não são vistas mexendo em tela antes mesmo de falarem?

Henrique relata uma característica importante que surge nesse contexto: o imediatismo. As crianças já têm uma certa tendência ao imediatismo, que acaba sendo elevada devido a esse acesso aos eletrônicos e à internet. O psicólogo exemplifica que, no tempo dele, se quisesse ver um desenho animado, ele teria que esperar passar na televisão. Não eram os pais dele que o proibiam de assistir ao programa, era a própria rede de televisão.

Hoje, os pais são os “vilões” que não deixam as crianças assistirem aos vídeos do YouTube ou aos programas da Netflix, porque eles estão disponíveis o tempo todo. Ele conclui o exemplo dizendo que tem sido cada vez mais difícil para os pais acessarem o mundo dos filhos, mesmo aqueles que aparentemente gostam das mesmas coisas. Tem momentos em que essa distância acaba se tornando muito grande.

Como lidar com a diferença geracional?

O que fazer então? Henrique alerta que essa discussão é muito complexa e tem muitas facetas, por isso, o intuito do podcast é dar algumas diretrizes gerais. Ele recomenda fortemente a procura por um terapeuta se a relação entre pais e filhos estiver abalada, afirmando que o podcast não substitui, em hipótese alguma, sessões personalizadas de orientação parental.

A diretriz que o psicólogo traz é que o papel dos pais não pode ser mais o de autoridade. Eles devem ser um apoio para as crianças e os jovens, o que ele chama de “consultores da vida”. Ele recomenda aos pais que sejam aqueles a acolher as dificuldades do filho, em vez de brigar por algo que consideram errado, valorizar o fato do filho os ter procurado para contar algo que é difícil. Também ressalta que é mais importante ter uma boa relação com os filhos do que fazê-los obedecer. Henrique finaliza o podcast dizendo que o amor de pais e filhos deve prevalecer sobre quaisquer diferenças geracionais, e não o contrário.

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