Atualizado em 16 de outubro | 2020 por SAS

Como nos demais segmentos da Educação Básica, a BNCC traz implicações específicas para o Ensino Médio e, no intuito de explorar melhor as principais novidades da Base para a área de Linguagens, o SAS convidou o professor e autor de material didático José Nicola, para um bate-papo sobre a coleção 2021 de Linguagens do SAS, para o segmento.  

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) veio para propor um novo modelo de ensino e aprendizagem para a Educação Básica, baseado no desenvolvimento de competências e habilidades. Dessa forma, para trazer mais entendimento sobre as principais implicações das diretrizes da BNCC para o Ensino Médio, e como elas podem ser trabalhadas em sala de aula já a partir de 2021, o SAS tem promovido a Jornada do Novo Ensino Médio, que são encontros on-line com especialistas e convidados do setor.  

No segundo encontro dessa série de lives, o nosso coordenador Editorial, Marcelo Diniz, e a gerente de Conteúdo Pedagógico do SAS, Thaís Helena, receberam o professor e autor de livros de língua, literatura e interpretação de textos, José de Nicola, para debater as novidades que a BNCC trouxe para a área de Linguagens no Ensino Médio, usando, como referência, a nova coleção de Linguagens do SAS para 2021, também de sua autoria.  

Segundo Nicola, a BNCC do Ensino Médio propõe algumas inovações importantes, inclusive, na forma como o aluno vai se relacionar com a realidade.  

“Uma das coisas que eu acho mais interessantes dessa versão da BNCC é, por exemplo, o uso da palavra ‘juventudes’, no plural, que é uma inovação no modo de encarar a realidade, de encarar as juventudes, uma vez que, em toda a realidade brasileira, nós não temos apenas uma juventude, nós temos múltiplas juventudes.”  

Para o autor, quando o professor trabalha com as “juventudes”, ele trabalha com a periferia, com os jovens de centros mais desenvolvidos, com os jovens residentes da zona rural, ou seja, com juventudes de diferentes realidades e contextos. “Essa é uma forma de combater a discriminação, seja ela social, a econômica, racial, ou de gênero. Ou seja: você reconhecer as juventudes é você reconhecer um país muito amplo, um país muito diverso”, completa.  

José de Nicola é professor, especializado no ensino de Língua e Literatura, e é autor de material didático.

Mas, como esse ponto impacta o material didático para a área de Linguagens, por exemplo? 

De acordo com Nicola, a BNCC disponibiliza uma relação de temas contemporâneos para serem trabalhados ao longo do Ensino Médio e, na combinação desses temas com as várias juventudes brasileiras, encontramos uma proposta pedagógica. Ele continua: 

“Quando olhamos para o material didático de Linguagens do SAS, por exemplo, nós temos três frentes, que, na verdade, são três frentes, apenas, no aspecto material, uma vez que são três livros diferentes. Mesmo se tratando de três livros distintos, há um diálogo muito intenso entre as três partes, e esse diálogo começa, exatamente, pela escolha de um tema que perpassa, tanto gramática e interpretação de texto, como o livro de produção textual.”  

O tema é, portanto, trabalhado nos três livros, por meio de textos que abordam diferentes formas desse tema contemporâneo, o que faz a realidade brasileira, a realidade dos alunos, estar muito inserida no material. Os especialistas ainda apontam para a importância que isso tem para o aluno que vai realizar o ENEM e outros vestibulares. Afinal, são 48 capítulos ao todo, contando as coleções da 1º e 2º séries do Ensino Médio (24 em cada), o que significa que 48 temas contemporâneos serão trabalhados ao longo do segmento. “E eu diria para vocês com a maior tranquilidade: é absolutamente impossível o aluno se deparar com um tema de redação de um vestibular qualquer ou do ENEM, que não tenha sido contemplado em sala de aula, que não tenha sido discutido em sala de aula. Esse é um aspecto que a BNCC coloca e que tem que fazer parte do material didático”, ressalta o autor. 

Para Thaís, um dos grandes desafios na produção de um material com base em temas, como o do SAS, é criar uma proposta de conteúdo que não se torne cansativo para o aluno, que não se torne repetitivo. “Na nova coleção de Linguagens do SAS para o Ensino Médio 2021, nós tivemos todo o cuidado de produzir um conteúdo para cada livro, que se inter-relacionasse e se complementasse”, aponta. 

Na nova coleção do SAS, uma diversidade muito grande de gêneros e tipos textuais é trabalhada, segundo Nicola. “São gêneros de circulação social: tanto os gêneros que a gente pode chamar de ‘mais tradicionais’, como os provérbios, quanto os gêneros que surgiram com a tecnologia, com a internet, com o computador. Em todos os 48 capítulos de produção de texto, o aluno vai trabalhar ou até produzir, 48 tipos de gêneros e tipos textuais, ora mais narrativos, ora mais argumentativos, mas todos de circulação social. Isso permite uma amplitude muito grande, uma vez que a gente consegue abordar praticamente tudo”, completa.  

Nessa perspectiva, o autor reforça que a escola precisa continuar exercendo um contraponto à cultura da internet. “Nós precisamos reconhecer a escola como um espaço em que os alunos vão debater, e vão debater cara a cara, não pela rede social. A escola precisa ser um espaço em que os alunos descansem mais os dedos e trabalhem mais a língua. Não é negar a cultura digital, ela é uma realidade, ela vai se intensificar e nós temos que saber conviver e trabalhar a partir dela. Mas nós temos, também, que não deixar desaparecer totalmente essa interação olho no olho. Com a experiência de 2020, todo mundo está sentindo falta do presencial, do contato, e isso nos mostra o quanto o presencial é importante na nossa vida, o quanto você conversar, argumentar, é importante. A escola deve servir como um desses espaços”, conclui.  

Dessa forma, outra característica que precisa ser contemplada no material didático de Linguagens para o Ensino Médio, segundo os especialistas, são conteúdos que levem professores e alunos ao debate. “No material do SAS, por exemplo, trazemos, pelo menos, três textos com questões desafiadoras em cada capítulo, que levam ao debate. A gente espera que se instaure, na sala de aula, uma roda de conversa, com os professores e os alunos. O professor, assumindo sempre o papel de mediador, estimulando a ‘argumentação’, presente na BNCC”, pontuam. 

Por fim, os especialistas ressaltam que o material didático tem que oferecer uma ferramenta para o professor, mas que, ao mesmo tempo dê espaço para que ele crie a partir dos conteúdos. “Cada professor vai dar sua cara, sua identidade ao ensino do material, mas o objetivo tem de ser sempre o mesmo. Essa sinergia entre os professores que vão trabalhar com o material em sala de aula, cada um na sua frente, é fundamental.” 

Se você é mantenedor, gestor ou professor de uma escola parceira do SAS, os livros de Linguagens para a 1ª e 2ª séries do Ensino Médio, de autoria de José de Nicola, já estão disponíveis no portal SAS para quem quiser acessar. 

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