Atualizado em 28 de setembro | 2020 por
Nos dias 15 e 16 de junho, o SAS Plataforma de Educação realizou o Congresso de Mantenedores, um evento 100% digital voltado à reflexão sobre a volta às aulas presenciais nas escolas de todo o Brasil e sobre os rumos da Educação Básica no pós-pandemia. Um dos painéis do primeiro dia de evento trouxe discussões sobre o papel da família e da escola no retorno à sala de aula.
Os últimos quatro meses têm sido bastante desafiadores para as escolas e famílias de todo mundo. A paralisação das atividades presenciais de diversos setores forçou gestores escolares e professores a replanejarem o ano letivo com muita rapidez, agilidade e competência, a fim de que os alunos pudessem continuar estudando por meio de plataformas digitais. Foi uma mudança e tanto, não apenas para a escola, mas, sobretudo, para as famílias. Agora, as instituições de ensino começam a se preparar para a retomada das suas atividades presenciais sob um novo formato, no qual o apoio das famílias também será fundamental.
Para ajudar as escolas a entender melhor os desafios que este novo momento reserva para as escolas e famílias, o SAS realizou o painel “Engajamento das famílias – boas práticas de acolhimento e comunicação” no primeiro dia do Congresso de Mantenedores, evento exclusivo para escolas parceiras da plataforma de educação, realizado nos dias 15 e 16 de junho. O momento, transmitido por meio de uma ferramenta 100% digital, contou com a participação de Anna Paula Barreira, gerente de Formações do SAS, Georgia Marinho, diretora de Conteúdo Pedagógico do SAS, e Bernardo Bastos Lagemann, mantenedor do Colégio Sara Dawsey (RJ). Durante a conversa, os painelistas refletiram sobre o papel da família nesse novo modelo de educação, sobre o que se espera da relação entre família e escola no pós-pandemia e sobre a utilização da tecnologia no dia a dia do ensino.
Logo no início do bate-papo, os convidados foram confrontados com uma pergunta fundamental: houve transformação da atuação da escola ou da família durante a quarentena?
Para o mantenedor Bernardo Bastos, do Colégio Sara Dawsey no Rio de Janeiro, a resposta foi “sem dúvida”, uma vez que um novo modelo de escola foi colocado em prática, exigindo que os principais agentes do processo de ensino-aprendizagem assumissem novos papéis e desenvolvessem novas competências para torná-lo eficaz.
“Tudo mudou. Entendemos que o período era de muita resiliência para todos os agentes envolvidos, desde a escola, até os pais e alunos. Percebemos que, durante a paralisação das atividades presenciais nas escolas, todos esses atores passaram a ser vistos sob um novo olhar. O professor, por exemplo, passou a ser ainda mais valorizado pelos pais, que tiveram que participar mais ativamente da rotina de estudos dos filhos e puderam acompanhar todo o esforço do corpo docente para darem continuidade às aulas. O olhar dos pais com relação aos filhos também mudou, pois, agora, eles passaram a entender o filho enquanto estudante, observando melhor suas particularidades e dificuldades.”
Segundo Bernardo, houveram transformações profundas na relação entre escola e família, uma vez que a sala de aula passou a invadir os lares por meio do ensino remoto emergencial. “Antes da pandemia, a escola não estava dentro de casa, mas, com a interrupção das atividades presenciais, passou a estar. Será que a família estava preparada para enfrentar essa dinâmica toda?”, reflete. Ele ressalta ainda que, mesmo diante de tantas mudanças, o pai continua sendo o pai, e o professor continua sendo o professor. “Esses dois papéis não podem se confundir. Uma nova relação se construiu nesse processo, mas os papéis continuam os mesmos”, completa.
Em todo o período de isolamento domiciliar, o desenvolvimento de habilidades como a empatia, por exemplo, se tornou essencial, conforme apontado por Georgia Marinho, diretora de Conteúdo Pedagógico do SAS. “Empatia nada mais é do que entender a dor do outro, ou seja, sermos capazes de nos colocarmos no lugar do outro. Nesse período, vimos professores se colocando no lugar dos pais, e os pais que precisaram se colocar no lugar dos professores. Houve, portanto, uma humanização do processo de ensino-aprendizagem. Trouxemos tanto o lado da escola, como o lado da família, para um lugar de pertencimento”, afirma.
Dessa forma, os painelistas apontam que a comunicação se tornou uma ferramenta muito importante na rotina das escolas durante a pandemia, para fortalecer ainda mais a relação entre todos os agentes envolvidos, devendo permanecer fundamental na retomada:
“Vimos a necessidade de estabelecer uma comunicação transparente e clara com os professores, pais e alunos, sobre todas as dificuldades e desafios que temos enfrentado. Estamos construindo uma nova escola junto com todos esses atores e entendemos que a comunicação é o fundamento de um trabalho de construção. Precisamos ser humildes para assumir para as famílias que não somos perfeitos, que também estamos aprendendo e entendendo como lidar com esse novo momento. Além da transparência, foi fundamental sair com a verdade. Isso, sem dúvida, foi o que nos aproximou ainda mais das famílias.”
E, então o que esperar das famílias na Educação Básica do pós-pandemia? De acordo com os especialistas, as escolas não podem, de maneira nenhuma, perder todos esses aprendizados assim como os laços que foram ressignificados:
“Os aprendizados desse momento, como já vimos, não se limitam à utilização de ferramentas tecnológicas no dia a dia da escola, como forma de contornar o distanciamento social. Na realidade, tem muito mais a ver com a maneira com a qual a escola tem se apropriado desses recursos no seu modelo pedagógico, pensando em um melhor aproveitamento do ensino. Além disso, vamos continuar precisando muito do apoio das famílias nesta nova etapa, entendo que não temos todas as respostas, mas que seguiremos juntos para encontrá-las.”
Gostou do assunto? Aproveite e continue lendo sobre a participação da família no processo de ensino-aprendizagem dos alunos aqui.
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